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Granbio reforça caixa com venda de ativos biológicos, mas não perde a fama

11 set 2022, 9:35 - atualizado em 11 set 2022, 9:52
Granbio
Cana energia, mais celulósica e mais alta que a cana convencional (Imagem: Divulgação/Granbio)

A pioneira na produção de etanol de segunda geração (2G) não é mais dona da pioneira cana energia, mais apropriada em produtividade para o biocombustível do que a planta convencional.

A notícia da venda dos ativos biológicos da Granbio para a australiana Nuseed mexeu com os brios nacionalistas de alguns setores ligados à sucroenergia, especialmente acadêmicos, porque os dois principais argumentos da companhia para o negócio não “convenceram”, segundo fontes ouvidas por Money Times e que preferem anonimato.

Um deles seria a própria continuidade de desenvolvimento dessa cana mais fibrosa, maior em altura e mais rústica, conforme foi destacado na divulgação da venda.

O outro, a internacionalização do licenciamento da cana energia.

Apesar da musculatura do comprador nas duas pontas, pertencente ao grupo global Nufarm, chamou a atenção porque a Granbio detém expertise científica para seguir avançando em P&D e, também, já possui presença internacional com patentes, produção de especialidades e exportação de etanol 2G.

É uma biotecnológica com fama de excelência no Brasil e fora em produção Net Zero SAF, bioquímicos e nanocelulose.

O caixa da empresa fundada por Bernardo Gradin é o que teria falado mais alto.

Também de acordo com fontes do mercado, os recursos que entrarão é o que interessa para uma empresa que já adiou uma oferta inicial de ações (anunciada em 2019), avança com investimentos na planta destiladora alagoana para dobrar a capacidade e passar a operar o ano inteiro.

E se concentrará em expandir projetos de biorrefinarias com tecnologia própria, como foi informado, em meio à busca mundial por produção de energia sustentável contra a dependência poluidora e geopolítica do petróleo.

Não foi revelado o valor do negócio envolvendo a Vertix 3 e mais 10 variedades, além do germoplasma.

Cana e indústria

A cana energia possuí mais celulose (fibra), de onde vem o 2G.

Como produz 14 toneladas a mais de fibra por hectare, a produção de etanol sobe a mais 3,5 mil litros/ha. São 30% de acréscimo na comparação com a cana comum.

A Granbio Bioflex, em São Miguel dos Campos, gera 12 milhões de litros de etanol 2G por safra e a capacidade instalada é de 30 milhões. Para 2024, quando também os campos de cana energia plantados entregarão mais matéria-prima, a companhia contará com 60 milhões/l de potencial e operará também na entressafra.

A experiência da Granbio desde 2011 já a levou a ter biorrefinaria em Atlanta (EUA) e exporta etanol 2G para a Europa a US$ 1,4 mil a tonelada, em volume não informado.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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