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Grandes investidores querem empresas neutras em carbono até 2050

02 out 2019, 11:05 - atualizado em 02 out 2019, 11:05
Dados mostram que a maioria das empresas mais poluidoras não alinha seus negócios com o Acordo de Paris (Imagem: Pixabay)

A maior iniciativa de investidores para combater as mudanças climáticas diz que, após dois anos conversando com as empresas mais poluidoras, os dados mostram que a maioria não alinha seus negócios com o Acordo de Paris. Por isso, os investidores precisam fazer mais pressão.

O grupo, que administra US$ 35 trilhões e é conhecido como Ação Climática 100+, afirma que apenas 9% das empresas mais poluentes estão alinhadas com as metas de limitar o aquecimento a 2 graus Celsius.

A iniciativa espera que seus membros possam pressionar os conselhos corporativos rumo à mudança para que reduzam as emissões líquidas para zero até 2050, um pedido que deve alterar drasticamente a vida de muitas das maiores empresas do mundo.

A Ação Climática 100+ já pressionou algumas empresas, como as gigantes de petróleo Royal Dutch Shell e BP, para agir de forma mais agressiva no corte das emissões de carbono com o objetivo de reduzir os riscos das mudanças climáticas.

Embora essas tenham sido as principais vitórias do grupo, os investidores agora sinalizam que foi apenas a salva inicial de uma batalha maior.

“O envolvimento dos investidores por meio da Ação Climática 100+ desempenha um papel importante na mudança de atitudes corporativas em relação às mudanças climáticas”, disse Stephanie Pfeifer, vice-presidente da iniciativa, em comunicado.

“Agora, precisamos aproveitar o ‘momentum‘ alcançado para conseguirmos enfrentar a crise climática.”

O grupo de investidores globais, formado em 2017, tem como objetivo identificar os maiores emissores corporativos e, em seguida, usar a capacidade dos integrantes de conversar com diretores e gerentes, apresentar resoluções dos acionistas e votar em assembleias gerais anuais para incentivar ações das empresas contra as mudanças climáticas.

Alguns de seus 373 membros convenceram a teimosa mineradora Glencore a limitar sua produção de carvão térmico e fazer com que a gigante de transporte marítimo AP Moller-Maersk se comprometesse em atingir neutralidade em carbono até 2050, entre outras conquistas.

A Ação Climática 100+ disse que apenas 8% de um total de 161 empresas fazem o suficiente para garantir que suas atividades de lobby se alinhem “às ações necessárias sobre as mudanças climáticas”.

Os investidores do grupo tornarão a prevenção do “lobby obstrutivo, negativo ou evasivo” a pedra angular da campanha de pressão sobre as empresas daqui para frente, segundo o comunicado.

Ação Climática 100+ analisa qualquer empresa com peso nas emissões globais, que incluem montadoras, concessionárias públicas e fabricantes de produtos de consumo (Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Ação Climática 100+ não visa apenas o setor de petróleo e gás. O grupo analisa qualquer empresa com peso nas emissões globais, que incluem montadoras, concessionárias públicas e fabricantes de produtos de consumo.

Os dados dos relatórios de progresso indicam que nenhum setor se destaca como particularmente positivo em relação ao combate às mudanças climáticas. Todos estão significativamente aquém do que o grupo afirma ser necessário para impedir o aquecimento potencialmente catastrófico.

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