‘O Brasil é uma reserva de valor para o capitalismo mundial’, diz Trabuco, do Bradesco (BBDC4)
No tradicional almoço de fim de ano no Bradesco (BBDC4), o clima foi de otimismo contido para um ano que promete fortes emoções em meio às eleições presidenciais de 2026.
Marcelo Noronha, CEO e um dos principais responsáveis pela virada operacional do banco — que dispara 70% no ano — diz estar um pouco mais otimista. Mas a palavra cautela continua presente.
“Temos um nível de desemprego ao redor de 6%, um nível de desemprego baixo, temos crescimento na massa salarial este ano”, afirmou.
“Eu acredito que ela vai estar mais para 7% de crescimento para o ano de 2026”, estimou, referindo-se ao desempenho do crédito no país.
Mesmo assim, o executivo não deixou de mencionar o pleito eleitoral, destacando que é preciso atenção à política fiscal.
“Não dá para você ter uma relação dívida/PIB crescente.”
Gringo otimista
Já Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração e um dos maiores banqueiros do país, vê um cenário mais otimista.
“Não dá para dizer que vai ser um ano catastrófico”, disse a um grupo de jornalistas.
Para ele, o ambiente favorece o início do corte de juros no Brasil, hoje em 15%. A expectativa do mercado é que a tesoura de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, comece no início do ano que vem.
“A energia é desinflacionaria, o petróleo está para baixo. Um dólar, custo de energia e commodities agrícolas também para baixo. Você vê o preço da soja, do milho, favorece a desinflação.”
Ainda segundo Trabuco, a questão fiscal é sempre recorrente nas discussões, enquanto o investidor estrangeiro está otimista com o Brasil.
No ano, o fluxo global foi um dos principais responsáveis pela disparada do Ibovespa, que salta 33,65%, aos 160 mil pontos.
“O Brasil é uma reserva de valor para o capitalismo mundial.”
Apesar disso, o banqueiro afirma que os juros elevados impedem que a confiança do investidor gringo contagie o capital nacional.
“Imagina empreender com 15% de taxa básica, mais um spread de 3 ou 4. Você chega a quase 20%. Eu diria que a gente tem que criar condições para que o Banco Central tenha a convicção de reduzir a taxa”