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Gringos voltaram para a B3? Fluxo de capital estrangeiro registra entrada de quase R$ 3 bilhões em um único dia

20 mar 2024, 13:24 - atualizado em 20 mar 2024, 13:24
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Saldo do ano ainda é o pior da história, com R$ 21,9 bilhões negativos (Imagem: Pixabay)

Já faz um tempo desde que houve entrada de capital estrangeiro na bolsa. A última vez que os gringos compraram ações foi no dia 29 de fevereiro, quando injetaram tímidos R$ 500 milhões. Mas dessa vez eles foram “8 ou 80”: após um acúmulo de retiradas bilionária, foi registrada na sexta-feira (15) uma entrada de R$ 2,9 bilhões. 

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A entrada robusta, segundo o mercado, está associada ao vencimento de opções sobre ações, o que pode ter dado impulso ao volume de compras. No entanto, Anderson Meneses, CEO e fundador da Alkin Research, destaca que o mercado deve olhar com cautela para o fluxo estrangeiro nos próximos dias para ter uma razão mais clara.

O valor arrecadado ainda não é suficiente para ajudar o saldo negativo do ano, que está em R$ 21,9 bilhões, sendo este o pior saldo desde 2008, de acordo com a Necton. Sendo assim, o saldo de 2024 quebra uma sequência de quatro anos de entrada líquida de recursos.

No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) fechou em baixa de 0,74%, além de um acumulado negativo de 0,26% na semana anterior, muito por conta da semana cheia de resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23).

O que tem motivado as constantes saídas dos estrangeiros da bolsa?

O motivo para tantas saídas, segundo Rafael Passos, da Ajax Asset, está lá fora. Os dados recentemente divulgados dos Estados Unidos vieram bastante resistentes, o que mostra que a economia está robusta e longe de uma recessão.

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No entanto, a inflação continua alta, na casa dos 3,2%, e o Federal Reserve precisa ter mais dados de atividade para começar a cortar os juros. “O principal medo do Fed hoje é ter um repique na inflação e voltar a ter uma trajetória mais forte”, explica Passos. Com isso, a previsão de cortes, que antes eram de sete ano a ano, passaram para três, o que impacta o mercado.

Outro ponto que o analista adiciona a este cenário é a economia da China. Por conta de uma desaceleração no país asiático, a deflação está sendo “exportada” a outros países, já que a demanda está mais fraca.

“Onde eu quero chegar é: os juros Estados Unidos estão praticamente nas máximas e, mesmo que o Fed corte, ainda tem uma inflação alta, então os juros reais ficam ‘gordos’. Ou seja, o mercado americano permanece muito atrativo para investidor estrangeiro. Por que ele tiraria dinheiro de lá, onde está ganhando, para investir em emergente neste cenário?” aponta, Passos.

A análise do profissional é de que, se esse cenário não apresentar uma melhora, as retiradas dos investidores estrangeiros devem permanecer por mais um bom tempo.

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Agora, os mercados aguardam as próximas diretrizes que a Super Quarta pode dar aos investidores nacionais e internacionais com as decisões do Fed e do Banco Central.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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