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Grupo Mateus (GMAT3): Lucro deve sofrer duplo golpe, projeta Genial; veja o que esperar do 4T24

22 fev 2025, 16:30 - atualizado em 21 fev 2025, 16:38
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O Grupo Mateus irá divulgar seus balanço referente ao quarto trimestre de 2024 no dia 24 de fevereiro (Imagem: Grupo Mateus/Divulgação)

O Grupo Mateus (GMAT3) divulga seu balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24) na segunda-feira (24), e analistas da Genial Investimentos esperam que a companhia apresente o conjunto mais fraco do setor nesse trimestre, em termos de qualidade no crescimento da receita.

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Na visão dos analistas Iago Souza e Nina Mirazon, o indicador Vendas Mesmas Lojas (SSS, na sigla em inglês) deve vir bem abaixo da inflação alimentar. A rentabilidade líquida deve sofrer um duplo impacto: maior despesa financeira e pagamento de imposto.

Outra linha que deve sentir o impacto de um “duplo golpe” é o lucro líquido. A Genial projeta um aumento substancial nas despesas financeiras do Grupo Mateus, não apenas pelo aumento da Selic, mas também pelos custos de operações inter-company, que são aquelas realizadas entre empresas do mesmo grupo.

A estimativa da casa é de um lucro líquido de R$ 357 milhões, um reco de 8,1% na base anual, resultando em uma margem líquida de 4,1%, recuo de 106 pontos-base no ano.

“O Grupo Mateus anteriormente se beneficiava de incentivos fiscais via subvenção de investimentos, reconhecidos por sua controlada Armazém Mateus. Com o fim dessa subvenção em 2024, a empresa adotou uma nova estratégia para reduzir a base tributável, passando a realizar pagamentos trimestrais de Juros sobre Capital Próprio (JCP)”, recordam os analistas.

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Ao longo de 2024, a empresa pagou JCP trimestralmente, com um yield (retorno) variando entre 0,5% e 1,0%. Os analistas apontam que essa abordagem foi essencial para mitigar o impacto da descontinuação da subvenção na linha de Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), evitando uma maior compressão no lucro líquido.

Diferente dos dividendos, os analistas pontuam que o JCP é contabilizado como despesa financeira dedutível para fins fiscais, reduzindo a base de cálculo do IRPJ (25%) e CSLL (9%), gerando uma economia fiscal de 34% sobre o montante pago.

No quarto trimestre de 2024, há um impacto da estrutura e tributação, tendo em vista que o Grupo Mateus segue um modelo no qual a holding centraliza o caixa do grupo e redistribui capital conforme necessário.

Ao final de 2024, a empresa precisa reconhecer uma despesa financeira adicional, sujeita à incidência de PIS/COFINS (9,25%) sobre o total de JCP pago ao longo do ano.

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Com um pagamento acumulado de JCP de R$ 428 milhões, A Genial projeta uma despesa financeira adicional de aproximadamente R$ 43 milhões no 4T24.

“Essa dinâmica reforça o impacto da nova estrutura fiscal sobre o desempenho financeiro do Grupo Mateus, evidenciando que, apesar do avanço operacional, a carga tributária mais elevada pode limitar a expansão do lucro líquido no curto prazo”.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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