Grupo SBF (SBFG3): Ações do dono da Centauro despencam 22% após 2T23 ‘negativo’; há esperanças?

As ações do Grupo SBF (SBFG3), dono da marca Centauro, recuavam 22,26%, cotadas a R$ 10,41, por volta das 12h05 do pregão desta terça-feira (8). O movimento vem após a companhia reverter o lucro de R$ 31,7 milhões em prejuízo de R$ 32,6 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23).
Na análise de Thiago Macruz e da equipe do Itaú BBA, o resultado “negativo” da companhia no trimestre foi pressionado pelas vendas fracas no atacado e pela logística e remarcações mais altas na Fisia, a distribuidora da Nike.
Além disso, o aumento de royalties e os custos de marketing contribuíram para um Ebitda 24% abaixo das estimativas, avaliam os analistas.
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“Essa fraca tendência afetou a estrutura de capital do SBF, que também é um ponto a ser monitorado nos resultados — alavancagem em 3,4 vezes no 2T23”, ressaltam.
Apesar dos números fracos, os analistas mantém recomendação de outperform — desempenho potencial superior a média do mercado — para SBFG3.
Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.
SBF no 2T23
As vendas da marca Centauro ficaram estáveis em relação ao ano anterior, já que o crescimento de 7% das vendas em mesmas lojas (SSS) foi parcialmente compensado por uma queda de 11% nas vendas digitais.
Já em relação a Fisia, a receita líquida aumentou 16%, para R$ 906 milhões, com o canal direto ao consumidor (DTC) respondendo por 65,3% da receita líquida da divisão, mas parcialmente compensada pelas fracas tendências do atacado, de -21%.
A margem bruta do SBF subiu para 47,6%, principalmente em tendências saudáveis na Centauro e migração acelerada da Fisia para o canal DTC.
Já o Ebtida ajustado do grupo foi de R$ 160 milhões, garantindo uma margem ajustada de 10,0%. Os números foram afetado pelos royalties e taxas de marketing pagas à Nike, bem como despesas mais altas relacionados ao canal DTC da Fisia.
Isso, aliado às maiores despesas financeiras, levou a um prejuízo líquido ajustado de R$ 15 milhões.
De olho no 2º semestre
De acordo com o Grupo SBF, sinais mais concretos de melhorias no capital de giro devem se materializar no segundo semestre do ano.
Para os analistas do BBA, os números dos próximos trimestres deve ser foco dos investidores, principalmente, considerando a estrutura de capital da companhia. Isso porque o balanço divulgado ontem mostrou uma continuidade das tendências dos últimos trimestres.
“A empresa ainda está falando sobre preservar a lucratividade, mas questões de capital de giro continuam pressionando a lucratividade. Apesar do cenário desafiador já esperado por nós no 2T23, já ambicionávamos ver tendências de rentabilidade melhores já neste trimestre”, reiteram.
Os analistas veem o SBF oferecendo uma assimetria de risco e recompensa positiva, mas sujeita a risco de execução. “Esperamos que os investidores acompanhem de perto a evolução do capital de giro e da rentabilidade nos próximos resultados”, destacam.