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Grupo Soma e Hering: compare os números e veja o que cada uma ganha com a união

26 abr 2021, 16:11 - atualizado em 26 abr 2021, 16:20
Hering
Vantagem: algumas linhas do balanço da Hering são melhores que as do Soma  (Imagem: Facebook/ Hering)

A compra da Hering (HGTX3) pelo Grupo Soma (SOMA3), anunciada hoje (26), não deve ser vista como um sinal de que todos os números da primeira estão ruins, enquanto a segunda dá um show na passarela dos negócios. Os pontos positivos alternam-se entre as duas.

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Ambas são donas de marcas poderosas no mundo da moda. Nas araras do Grupo Soma, estão marcas como Animale, Farm, Cris Barros, NV, Fábula e Maria Filó. Agora, esse portfólio será reforçado pelas etiquetas da Hering, Hering Kids, Hering Intimates e Dzarm.

Em termos de faturamento, Hering e Soma não estão muito distantes. A primeira fechou 2020 com receita líquida de R$ 1 bilhão, uma queda de 31% sobre o ano anterior. Já o Soma contabilizou R$ 1,243 bilhão, cifra 5% inferior à da comparação.

Geração de caixa

A similaridade entre as empresas também é vista no ebitda, importante parâmetro da geração de caixa. Neste ponto, a vantagem está com a Hering, que apresentou ebitda recorrente de R$ 77,5 milhões em 2020, 69% menor que 12 meses antes. O Soma também não teve muito o que comemorar, com igual tombo de 69% e ebitda ajustado de R$ 66,5 milhões.

Por enquanto, a margem de ebitda ajustada dá ligeira vantagem para a Hering, que terminou o ano com 7,2% e um tombo de 9 pontos, contra os 5,3% do Soma – um recuo de 11,1 pontos.

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Ponto para o Soma

Há áreas, contudo, em que o Soma tem uma clara vantagem sobre a Hering. No começo de 2020, quando se preparava para o IPO que seria concretizado em julho, o Soma já figurava como uma das 50 maiores empresas do e-commerce brasileiro, e a líder no segmento de moda, segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.

Mas, com as medidas de isolamento social impactando sua rede de 264 lojas físicas, o e-commerce viu seus resultados saltarem. Somente no quarto trimestre, ele gerou uma receita de R$ 209,3 milhões para o Soma – 153% maior que a do mesmo período de 2019.

Os investimentos do Soma no mundo digital continuam. Seu último passo foi o lançamento do app da Animale, que já conta com mais de 30 mil downloads e apresenta uma taxa de conversão de vendas quatro vezes maior que a da loja online. O app representou 10% da receita digital da grife no quarto trimestre.

A Hering, por sua vez, contava com 758 lojas físicas no fim de dezembro, e o desempenho de seu e-commerce é bem mais modesto. No quarto trimestre, sua webstore disparou 231% sobre o mesmo período de 2020, mas o total de vendas somou apenas R$ 70,7 milhões.

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Passarela virtual: aplicativo da Animale converte 4 vezes mais venda que loja online (Imagem: Divulgação/ Animale)

Soma Ventures

O Soma também conta com uma aceleradora de marcas, o Soma Ventures, cujo objetivo é auxiliar o desenvolvimento de grifes em estágio inicial, por meio de investimentos de venture capital. No seu radar, estão empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões. No ano passado, o Soma Ventures adquiriu a Lauf, de moda fitness.

Outra “avenida de crescimento” é a internacionalização da Farm, grife criada em 1997 por Kátia Barros e Marcello Barros e que está na origem do Grupo Soma, quando a marca se fundiu à Animale em 2010. Agora, a Farm é a ponta-de-lança da companhia no exterior, com operações nos EUA e na Europa.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.