Economia

Guedes: Dólar só cai com recuperação econômica e investimentos

19 mar 2021, 14:25 - atualizado em 19 mar 2021, 14:59
Paulo Guedes
Em 2021, o real é uma das moedas com pior desempenho em âmbito global em relação ao dólar (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em entrevista veiculada nesta sexta-feira que a taxa de câmbio deve voltar a um patamar “melhor” dentro de um intervalo de dois anos, mediante a vacinação em massa no Brasil, estímulo aos investimentos privados e recuperação da economia.

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“O que esperamos, dentro dos próximos dois anos, é vacinar maciçamente no Brasil, a recuperação da economia, não se basear em gastos públicos que não se podem manter, mas sim estimular um crescimento com investimentos privados. E a taxa de câmbio então deveria, depois de realizado isso, deveria voltar a uma taxa de câmbio melhor”, disse Guedes em entrevista gravada na quinta-feira aos jornais espanhóis El Mundo e Expansión.

Atualmente, o real registra o terceiro pior desempenho no ano entre as principais moedas, acumulando queda de 5% em relação ao dólar.

Em 2020, a moeda desvalorizou-se mais de 20%, afetada pelo baixo diferencial de juros, risco fiscal e pífio crescimento econômico. No ano passado, o dólar bateu máximas recordes, próximo a 6 reais.

Comentando a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que aumentou a taxa Selic em 75 pontos-base, a 2,75%, na última quarta-feira, Guedes afirmou que os juros de curto prazo estão subindo no momento para garantir que os juros de longo prazo permaneçam baixos e para que o país possa manter o controle da inflação e a consolidação fiscal.

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Atualmente, o real registra o terceiro pior desempenho no ano entre as principais moedas, acumulando queda de 5% em relação ao dólar (Imagem: REUTERS/Gregg Newton)

Em suas falas, o ministro pontuou que a aprovação do projeto de autonomia formal do Banco Central, sancionado em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, constituiu medida importante para evitar que o aumento setorial e temporário de preços se transformasse em aumento generalizado.

De acordo com ele, em razão da concessão do auxílio emergencial aos mais vulneráveis, aumentando o poder aquisitivo dos beneficiários, houve registro de elevação nos preços de alimentos e materiais de construção civil. “A independência do Banco Central foi importante para mostrar nosso compromisso com a estabilidade de preços.”

A inflação oficial do Brasil em 12 meses até fevereiro chegou a 5,20%, de 4,56% no mês anterior, aproximando-se do teto da meta do governo para este ano, que é de 3,75% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Em outro ponto, ao comentar a trajetória das contas públicas do país, Guedes disse que o atual governo do presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro a não conceder reajuste de salário aos servidores públicos “porque os salários estavam muito acima dos do setor privado”.

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População vacinada

O ministro da Economia pontuou que a reação a ser adotada à nova onda de casos e mortes pela pandemia da Covid-19 registrada no país é a vacinação em massa. Guedes, entretanto, afirmou que o percentual de indivíduos já imunizados no país contra a Covid-19 ainda é “muito pouco”.

“5% da população já foi vacinada, é muito pouco. Temos que melhorar muito, trabalhar muito, estamos renovando e ampliando acordos que temos de vacinas”, detalhou Guedes, que condicionou a imunização em larga escala ao retorno seguro ao trabalho.

(Atualizada às 14h59)

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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