Guerra comercial: Tensões na indústria de tecnologia podem prejudicar trégua e negociações entre EUA e China

A trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China pode estar ameaçada por novas tensões relacionadas à indústria de tecnologia. Pequim acusa a administração do presidente americano, Donald Trump, de minar as negociações ao tentar restringir o uso de chips da China.
O Departamento de Comércio dos EUA afirmou que o uso de semicondutores da Huawei “em qualquer lugar do mundo” violaria os controles de exportação dos EUA. Após críticas da China, o trecho no comunicado foi substituído por um “alerta ao setor sobre os riscos do uso de chips chineses avançados, incluindo determinados chips Ascend da Huawei”.
Em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (19), o porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou que, embora os EUA tenham suavizado a linguagem do documento, “as medidas discriminatórias e a essência distorcida do mercado permanecem inalteradas” e violam a trégua alcançada durante conversas na Suíça.
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O país asiático ainda ameaçou retaliar legalmente, por meio da Lei Anti-Sanções Estrangeiras, que estaria sendo violada. A medida agrava a disputa tecnológica, mesmo com as autoridades chinesas expressando seu desejo de melhorar as relações.
Negociações entre EUA e China
Segundo a Bloomberg, o vice-ministro das Relações Exteriores Ma Zhaoxu disse ao novo embaixador dos EUA na China, David Perdue, que Pequim espera que os EUA trabalhem juntos para promover laços.
Em reunião nesta terça (20) com a CEO da Asia Society Kyung-wha Kang, o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que os países devem trabalhar para encontrar a maneira certa de se relacionar, priorizando avanços na região da Ásia-Pacífico.
A onda de trocas ocorre após negociações na Suíça no início deste mês, onde os países decidiram cessar as tarifas mais elevadas por 90 dias. No entanto, a China ainda segue com uma tarifa de 10% para produtos americanos, enquanto os EUA taxam os chineses em 30%.
A disputa persistente no setor de tecnologia amplia os desafios na resolução da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Graham Webster, que lidera o projeto DigiChina no Centro de Política Cibernética da Universidade Stanford, disse à Bloomberg que se os países chegarem a um acordo comercial mais abrangente, “as restrições tecnológicas de um ou de ambos os lados estarão sobre a mesa”.
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