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Há uma luz no fim do túnel para o setor imobiliário; como ficam a CCP, JHSF e Log?

28 jan 2021, 16:32 - atualizado em 28 jan 2021, 16:41
Construção Civil Imóveis Setor Imobiliário Poluição
Passando para o quarto trimestre, a absorção líquida atingiu 5 mil metros quadrados trimestre negativos, com vacância de 20,8% (Imagem: Reuters/Kim Kyung-Hoon)

A recuperação da demanda por escritórios vista nos últimos anos foi interrompida pelo meteoro Covid, que esvaziou andares de prédios inteiros e impulsionou o home office.

De acordo com dados da empresa do setor imobiliário Newmark, a absorção líquida de ABL (Área Bruta Locável) em São Paulo foi negativa em 24 mil metros quadrados no segundo trimestre, e negativa em 62 mil metros quadrados no terceiro trimestre.

Passando para o quarto trimestre, a absorção líquida atingiu 5 mil metros quadrados negativos, com vacância de 20,8%. No entanto, a entrega de 155 mil m² de ABL novo também impactou o número.

No Rio de Janeiro a situação é ainda mais grave. Outra empresa do setor, a CBRE, afirma que a região enfrenta o pior cenário entre as grandes cidades brasileiras, pois sua taxa de vacância é atualmente está em cerca de 30%.

Recuperação

Apesar desses dados nada animadores, a JLL e Newmark acreditam que o mercado finalmente passará a apresentar taxas de vacância menores, pois as absorções líquidas devem começar a se expandir mais uma vez, sem abastecimento relevante no caminho.

Pensando em todos esses números, o Banco Safra realizou uma reunião com a Log (LOGG3), CCP (CCPR3) e JHSF (JHSF3) para entender melhor como as empresas se preparam para enfrentar esses desafios.

CCP se mantém firme e forte

O analista Luiz Peçanha, que assina o documento, conversou com o presidente da CCP Thiago Muramatsu.

“Mesmo que a empresa tenha apresentado um ligeiro aumento na sua taxa de vacância em 2020, a administração acredita que a nova oferta de imóveis oferecidos ao longo do ano não era suficiente para pressionar os preços de aluguel da CCP”, afirmou.

Além disso, o executivo disse que o grande aumento verificado no IGP-M – o índice de inflação usado pela CCP para ajustar contratos com seus inquilinos – ajudou a empresa a realinhar os preços de aluguel.

“Ativos de qualidade, em locais premium e uma mistura equilibrada de inquilinos foram responsáveis ​​pela resiliência da CCP ao longo de 2020”, afirma.

JHSF: plano de investimentos robusto

Segundo o analista, no caso da JHSF as vendas imobiliárias foram impulsionadas pelas menores taxas de juros, algo que pode não persistir no longo prazo.

“O aumento visto nas vendas de seus empreendimentos no interior de São Paulo (Fazenda Boa Vista e Vila Boa Vista) se beneficiou muito das baixas taxas de juros recorde, mas também da qualidade de seus produtos em um momento em que muita gente passou a buscar imóveis com ótima infraestrutura”, afirmou.

De acordo com o diretor presidente Thiago Alonso de Oliveira, a empresa tem um plano de investimentos robusto, com projetos de uso misto, que serão todos localizados em regiões premium na cidade e no interior de São Paulo.

Log Commercial Properties LOGG3
Para o analista, a demanda por armazéns foi extremamente forte em 2020 devido a dois grandes fatores: o boom do e-commerce e o movimento flight-to-quality (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

No caso dos shoppings, Peçanha afirma que a estratégia adotada pela companhia foi bem sucedida, com a JHSF mantendo um relacionamento próximo com seus lojistas por meio do compartilhamento de ganhos e perdas.

“A administração continuará a direcionar seus esforços para manter os mais eficientes custos de ocupação em toda a indústria, que foi responsável pelas melhorias da JHSF em taxas de ocupação nos trimestres anteriores”, observou.

Log

Para o analista, a demanda por armazéns foi extremamente forte em 2020 devido a dois grandes fatores: o boom do e-commerce e o movimento flight-to-quality.

Aproveitando a alta, a empresa decidiu aumentar suas projeções de novas entregas até 2024 para 1,4 milhão de metros quadrados de ABL, ante a meta anterior de 1 milhão.

Segundo o diretor financeiro André Luiz de Ávila, para o plano de expansão, cidades como Porto Alegre, Fortaleza e Goiânia estão se tornando os principais alvos da empresa, devido a escassez de armazéns logísticos nesses locais.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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