Habemus acordo comercial; o que esperar do Ibovespa nesta quinta (8)

Saiu a fumaça branca — e nós não estamos falando do novo papa. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em suas redes sociais que o país fechou o seu primeiro acordo tarifário e que ele será anunciado às 11h (no horário de Brasília) desta quinta-feira (8).
O país com quem o acordo foi feito ainda não foi revelado, mas a mídia internacional especula que seja o Reino Unido, que está inserido na cota mínima de 10% de tarifa imposta pela Casa Branca.
A notícia animou o mercado, que vem sofrendo há semanas com o temor de uma guerra comercial e eventual recessão da economia norte-americana.
As bolsas asiáticas fecharam em alta. O mercado europeu e os futuros de Wall Street sobem nesta manhã, assim como as criptomoedas e o petróleo.
Vale lembrar que, no próximo sábado (10), os EUA e a China devem dar início às negociações em busca de um acordo comercial. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio, Jamieson Greer, se reunirão com a principal autoridade econômica da China, na Suíça.
Em abril, os dois países escalaram uma guerra comercial com o aumento de tarifas contra produtos importados — 145% impostos pelos EUA e 125% pela China.
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O otimismo com o anúncio até fez os investidores se esquecerem da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O Federal Reserve manteve a sua taxa de juros no patamar de 4,25% e 4,25%, assim como esperado pelo mercado.
E os juros devem permanecer altos por mais um tempo. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que ainda é “muito cedo” para movimentações na política monetária, alegando que as incertezas ainda são elevadas.
“A incerteza sobre a trajetória da economia é extremamente elevada. […] Os riscos de maior desemprego e maior inflação parecem ter aumentado [após o anúncio das tarifas], mas ainda não se materializou nos dados”, afirmou.
O que esperar do Ibovespa
Por aqui, os investidores digerem a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão do Banco Central de elevar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75%, já estava precificado em não pegou ninguém de surpresa.
O que deixa o mercado incomodado é que o Comitê não forneceu uma orientação para a decisão de junho — um dos pontos mais esperados nos últimos dias.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, disse o comunicado.
Com a falta de clareza do comunicado, o mercado agora se divide entre as apostas de fim aperto monetário já nessa decisão e a chance de uma última alta de 0,25 ponto percentual no atual ciclo de aperto monetário na próxima reunião do Copom em junho.
Também está no radar dos investidores a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) e da produção de veículos no mês de abril.
Do lado corporativo, a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25) segue com a divulgação dos resultados do Inter (INBR32), Energisa (ENGI11), Itaú Unibanco (ITUB4), Ambev (ABEV3), 3tentos (TTEN3), Cogna (COGN3), B3 (B3SA3), Hapvida (HAPV3), MRV (MRVE3), Tenda (TEND3), PetroReconcavo (RECV3), Alpargatas (ALPA4), Assaí (ASAI3), Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Petz (PETZ3), Ecorodovias (ECOR3), Localiza (RENT3) e Suzano (SUZB3).
E por falar em balanços, o Bradesco (BBDC4) reportou lucro recorrente de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. O número ficou acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 5,3 bilhões no período e animou os investidores.
No pré-market de Nova York, as ADRs do banco disparam 6,17%, após fecharem em queda de 3,40%.
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) fechou em queda de 0,09%, a 133.397,52 mil pontos. Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações em alta de 0,58%, aos R$ 5,74. Em três dias, a divisa acumulou elevação de 1,56%. No ano, porém, a moeda norte-americana acumula baixa de 7,03%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, caiu 0,15% no after-market de ontem, cotado a US$ 26,36.
Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
- 08h – Brasil – IGP-DI
- 08h – Brasil – IPC-S
- 09h30 – EUA – Pedidos de auxílio-desemprego
- 10h – Brasil – Produção de veículos
- 12h – EUA – Expectativas de inflação do consumidor do Fed/NY
Agenda – Lula
*Moscou (Fuso horário:+6h do horário de Brasília)
- 19h – Jantar oferecido pelo Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin
Agenda – Fernando Haddad
- 17h – Reunião com Agência Moody’s
Agenda – Gabriel Galípolo
- 09h – Audiência com representantes da Moody’s Investor Services e da Secretaria do Tesouro Nacional
- 12h – Reunião com Esther Dweck, Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, e Adauto Modesto Junior, Secretário-Executivo Adjunto
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (08)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +0,75%
- Hong Kong/Hang Seng: +0,37%
- China/Xangai: +0,28%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,44%
- Frankfurt/DAX: +1,23%
- Paris/CAC 40: +1,16%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: +1,41%
- S&P 500: +1,05%
- Dow Jones: +0,83%
Commodities
- Petróleo/Brent: +1,41 a US$ 61,98 o barril
- Petróleo/WTI: +1,62%, a US$ 59,01 barril
- Minério de ferro: -2%, a US$ 96,40 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): +2,9%, a US$ 99.577,54
- Ethereum (ETH): +5,6%, a US$ 1.934,77
Boa quinta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!