Hapvida (HAPV3): Com derrocada de quase 50% na B3, BB Investimentos também rebaixa recomendação das ações
Em dia de tombo na B3, a Hapvida (HAPV3) recebeu mais uma revisão negativa para as suas ações nesta quinta-feira (13).
O BB Investimentos rebaixou a recomendação de compra para neutra, incorporando os números do terceiro trimestre (3T25) da operadora de saúde.
“Alteramos a nossa recomendação, considerando limitações para avanços significativos no curto prazo, principalmente diante dos desafios relacionados ao aumento da base de beneficiários e/ou à aplicação de reajustes mais elevados”, afirmou o analista William Bertan, em relatório.
Ele ainda considera que a expansão e qualificação da rede própria deva continuar pressionado os custos, apesar da estratégia reforçar a competitividade e ampliar a proposta de valor da companhia.
O analista também afirma que as ações já apresentavam trajetória de desvalorização desde setembro. “Esse movimento recente, em nossa opinião, reflete a cautela dos investidores diante da compressão de margens observada no primeiro semestre e do aumento dos custos operacionais associados à fase inicial de operação das unidades recém-inauguradas”, diz o relatório.
O preço-alvo de R$ 50 no final de 2026 foi mantido — o que implica em uma potencial valorização de 52,9% sobre o preço de fechamento de ontem (12).
Nesta quinta-feira (13), as ações HAPV3 tombam quase 50% na B3, figurando com a maior queda do mercado brasileiro desde o início do pregão. Por volta de 15h50 (horário de Brasília), os papéis registravam recuo de 48,30%, a R$ 16,89.
Além da revisão negativa do BB Investimentos, o JP Morgan também rebaixou a recomendação de compra para neutra e o BTG Pactual cortou o preço-alvo em cerca de 33%.
Os números de Hapvida
A Hapvida reportou um lucro líquido de R$ 338 milhões entre julho e setembro, alta de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
No período, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 746,4 milhões, diminuição de 2,1%. Não houve efeitos não recorrentes, de acordo com o comunicado de resultados.
A operadora também teve uma queima de fluxo de caixa livre de R$ 51,9 milhões no 3T25, pressionado pela piora do Ebitda. Já a receita líquida somou R$ 7,8 bilhões, aumento de 6,0% em relação ao apurado um ano antes.
A taxa de sinistralidade (MLR, na sigla em inglês) subiu 1,4 ponto percentual, para 75,2%, motivada pelo aumento de ocorrências médicas.
Balanço ‘fraco’
Para o analista William Bertan, a Hapvida reportou resultados “fracos”, com destaque para a desaceleração da receita líquida na comparação com os trimestre anteriores. No 3T25, a operadora totalizou R$ 7,8 bilhões em receita líquida, um crescimento de 6% na base anual.
Bertan também chamou a atenção para o Ebitda ajustado, que somou R$ 746,4 milhões, uma queda de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e retração de 17,6% na comparação trimestre a trimestre.
Outro destaque foi o aumento da sinistralidade (MLR) que, segundo o analista, contrariou a tendência sazonal histórica de redução em relação ao segundo trimestre.