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Heverton Peixoto: Projete visão e sonho e fortaleça a cultura organizacional

24 nov 2021, 11:01 - atualizado em 24 nov 2021, 11:03
Heverton Peixoto
Engajamento: quando se desperta a paixão dos colaboradores, resultados para acionistas e investidores tendem a ser mais positivos, diz Peixoto (Imagem: Divulgação/ Wiz/ Paulo Negreiros)

Muitas companhias têm missão, visão e valores. Dificilmente você encontrará uma organização empresarial relevante sem essas premissas direcionadoras. Contudo, quantas delas têm a cultura organizacional e o propósito claros, projetados e fortalecidos dia a dia!?! E isso, para muito além dos resultados do negócio, como uma contribuição à sociedade para um mundo melhor!?!

Para despertar a paixão nos colaboradores, os objetivos, os discursos e as práticas das companhias devem convergir cotidianamente com o que os profissionais da atualidade mais prezam: respeito, projetos, desafios, desenvolvimento, meritocracia, diversidade, inovação, senso de orgulho e pertencimento, bem-estar coletivo, responsabilidade social e legado de vida para as próximas gerações. Quando se promove engajamento nesse sentido, os resultados para acionistas e investidores tendem a ser ainda mais favoráveis.

Convido vocês a abrirem o site do Aché Laboratórios, empresa nacional há anos líder de vendas do setor farmacêutico no Brasil. Na página de abertura, use a barra de rolagem e chegue à seção “Nosso Propósito”. Perceba como a narrativa é ampla e envolve diferentes públicos de relacionamento, mostrando sensibilidade e procurando tocar o coração de cada um deles. A mensagem final é: “Nossa vocação é levar saúde e longevidade para as pessoas. É levar mais vida para você”.

Profundo, não!?! Só esse trecho já demonstra um propósito de trabalho que reverbera um ideal, um sonho de fazer a sociedade melhor. O discurso revela cuidado e chama de forma implícita os públicos de relacionamento para atitudes em grupo, pois ninguém consegue mudar o mundo sozinho. Enquanto seres humanos dotados de inteligência e sentimentos, somos movidos especialmente por histórias que sensibilizam, criam sinergias comuns, laços sociais e interações solidárias. Isso vai ao encontro da cultura dos brasileiros, que em sua essência prezam por afagos, abraços e ajuda ao próximo.

Sonhos como este revelam carinho e devem ser alimentados já nas abordagens das companhias para atração, captação, desenvolvimento e retenção de talentos. Eles precisam ser destacados a cada onboarding e estarem vivos nos benefícios oferecidos. Eles têm de ser reforçados em toda ação de endomarketing quando das inovações incrementais e radicais mais expressivas.

Sonhos como este se revelam no zelo frente ao estresse causado pela pandemia. Nas comunicações internas e externas multiplataforma, inclusive dos diversos porta-vozes que fazem ressoar a marca e seus atributos. Na inclusão verdadeira de negros, LGBTQIA+, mudos, surdos e demais pessoas com necessidades especiais. No papel das lideranças de promoção e cascateamento da cultura organizacional, com a valorização do caráter e das habilidades desejadas. Na determinação das altas cúpulas de governança do negócio para revisitar, disseminar e mensurar o impacto desse contexto corriqueiramente.

Multiplicadores e acolhedores

Quando esse contexto é alcançado, diversos colaboradores se tornam multiplicadores de uma cultura organizacional acolhedora, agrupadora, motivadora e que impulsiona a todos para a alta performance no trabalho e posturas em suas comunidades muito mais condizentes com o melhor convívio social.

O livro “Sapiens, uma breve história da humanidade”, que vem atraindo milhares de leitores em todo o mundo nos últimos anos, traz um conteúdo que corrobora com essa análise. O autor, Yuval Noah Harari, considera que os seres humanos dispõem de raciocínio e por isso são flexíveis e imaginativos, se adaptam para viver em comunidade e promover construções conjuntas, estão sempre em processos de modernização de suas crenças e deuses, além de disporem de talento e competência para desenvolvimentos tecnológicos que favorecem a disrupção e predominância da espécie.

Toda essa reflexão nos mostra que a cultura organizacional não é necessariamente orgânica. Portanto, o desenvolvimento cognitivo, a aptidão para criar estratégias e mover grupos, a percepção e a irradiação de bons princípios, do bem-coletivo e do bem-sucedido, a importância da ciência para o novo, a soma desses aspectos para resultados sustentáveis dos negócios e a capacidade de gerar contribuições evolutivas especialmente de comportamento para cada geração são responsabilidades que os gestores corporativos não podem se furtar.
Assim, projete visão e sonho e fortaleça a cultura organizacional sob viés de negócio e de responsabilidade social. Pelo bem das companhias, dos colaboradores, de todos os públicos de relacionamento e o mundo.

Heverton Peixoto é CEO da Wiz Soluções (WIZS3), uma das maiores gestoras de canais de distribuição de seguros e produtos financeiros no Brasil – Empresa avaliada atualmente em R$ 1,6 bilhão na Bolsa de Valores. A companhia possui parcerias estratégicas celebradas durante sua gestão com Itaú, Santander, Banco do Brasil, BMG, Inter e BRB, entre outros. Heverton é pós-graduado em Corporate Finance pelo Insead França, lidera há 4 anos cerca de 1,5 mil colaboradores na Wiz e, seus 15 anos dedicados à seguridade incluem passagens pelo Grupo Amil e a Mckinsey & Company, nos quais atuou em projetos estratégicos para a América Latina, além da Caixa Seguros e da Par Corretora de Seguros. Neste espaço, ele escreve sobre gestão bem-sucedida de negócios.

CEO da Omni
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.