As mudanças que aproximam este fundo imobiliário ao padrão global, segundo BTG
A reestruturação proposta pelo Pátria Investimentos nesta semana, que prevê a consolidação de alguns FIIs logísticos (LVBI11, PATL11 e os fundos da Brookfield) dentro do HGLG11, favorece o planejamento de longo prazo, amplia a previsibilidade da renda e abre espaço para novas oportunidades de reciclagem de ativos, segundo avaliação do BTG Pactual.
Em relatório, o banco destacou que a iniciativa da gestora busca racionalizar estruturas, eliminar sobreposição de portfólios e aumentar a escala operacional do fundo resultante, que passará a atuar com uma capacidade de execução superior à de cada veículo individualmente.
Benefícios à vista
Para os cotistas dos FIIs incorporados, o BTG vê a migração como positiva: eles passarão a integrar um fundo de maior porte, com liquidez mais robusta e risco diluído.
Já na perspectiva do HGLG11, as mudanças propostas introduzem instrumentos que ampliam a flexibilidade da gestão, permitindo operações mais sofisticadas e maior agilidade na alocação de capital.
HGLG11 após a reestruturação
Com a reestruturação, o HGLG11 deverá atingir R$ 10 bilhões de patrimônio, reunindo 54 imóveis que somam 2,9 milhões de m² de área bruta locável (ABL) – o que reforça sua posição entre as maiores plataformas logísticas do país.
Se as consolidações forem aprovadas, o HGLG11 também passará a atuar em 10 estados, com locatários de setores variados e contratos majoritariamente típicos.
A liquidez também deve ganhar força, com potencial de superar R$ 10 milhões negociados por dia.

“Esse ‘novo normal’ posiciona o HGLG11 como um dos principais veículos logísticos do Brasil, capaz de competir até em escala global, mas reforça a necessidade de disciplina na execução e transparência contínua”, aponta o BTG.
Do lado da renda, o rendimento projetado (guidance) permanece em R$ 1,17 por cota ao mês, o que implica dividend yield de aproximadamente 8,9% para o próximo ano.
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Como a reestruturação vai funcionar
De acordo com o Pátria, cada incorporação seguirá um modelo próprio, desenhado conforme risco, valor e comportamento de mercado. Confira uma a uma:
LVBI11
No caso do LVBI11, a operação será feita por equivalência: na prática, o fundo deixará de existir, e seus investidores passarão automaticamente a deter cotas do HGLG11.
Vale a pena? Na visão do BTG, sim, já que, além do potencial ganho de capital e renda no longo prazo, a migração leva os cotistas para um FII mais diversificado, reduzindo a forte concentração do portfólio do LVBI11 em poucos imóveis, inquilinos e regiões.
Além disso, a liquidez também tende a melhorar de forma significativa, uma vez que o HGLG11 negocia volumes diários bem mais elevados no mercado secundário.
PATL11
Já a proposta para o PATL11 adota caminho distinto: a alternativa escolhida foi a compra direta dos imóveis por R$ 356 milhões.
Nesse caso, o pagamento poderá ser feito em dinheiro ou por meio da emissão de cotas do HGLG11, integralizadas pelo próprio PATL11.
Para o HGLG11, o BTG avalia que os imóveis trazem contratos vigentes, vacância controlada e características alinhadas ao portfólio atual.
Enquanto isso, para os cotistas do PATL11, a transação converte o valor econômico dos ativos em uma posição dentro de um FII maior, encerrando a exposição a um veículo de menor escala.
Brookfield
Por fim, a proposta para os fundos da Brookfield seguem modelo semelhante ao do LVBI11, com incorporação integral: o HGLG11 fará a aquisição exclusivamente por meio de conversão de cotas.
Assembleia decidirá o futuro da reestruturação
O Pátria convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre todas as etapas da operação — incorporações, aquisições, mudanças regulatórias e novos poderes operacionais.
Os cotistas deverão enviar seus votos até as 23h59 do dia 29 de dezembro de 2025, conforme edital divulgado pela gestora.