Redes Sociais

Houseparty desafia Zoom em nicho de videoconferências

16 abr 2020, 15:16 - atualizado em 18 fev 2021, 19:03
Computadores, Apple, Tecnologia
O aplicativo de bate-papo por vídeo Houseparty, ganhou popularidade em março (Imagem: Pixabay)

Sima Sistani tem passado a quarentena da pandemia de coronavírus da mesma maneira que outras pessoas no último mês: ajudando a filha de 7 anos nas tarefas escolares, trocando turnos com o marido e pulando de um quarto para outro para encontrar um espaço silencioso para as ligações telefônicas. “Basicamente estou em qualquer quarto em que meus filhos não estejam”, disse.

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Mas a vida profissional de Sima mudou drasticamente de uma maneira única: como cofundadora e diretora-presidente do aplicativo de bate-papo por vídeo Houseparty, que ganhou popularidade desde o início de março, de repente ela comanda uma empresa que evoluiu de uma maneira descontraída de conversar com os amigos para um salva-vidas legítimo para pessoas inesperadamente presas em ambientes fechados.

“Eu costumava dizer às pessoas algo como ‘ei, não estamos curando o câncer’”, disse Sima em entrevista – realizada por meio do Houseparty – de sua casa em São Francisco nesta semana.

“É a primeira vez que sinto que temos uma responsabilidade e uma obrigação de manter esse serviço porque as pessoas precisam. É fundamental para elas agora.”

Ao lado da Zoom Video Communications, o Houseparty pode ser o produto que mais define o momento atual, quando cerca de 300 milhões de americanos receberam a ordem de ficar em casa para ajudar a mitigar a propagação do Covid-19.

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Em sua essência, os aplicativos móveis e de desktop gratuitos do Houseparty permitem que as pessoas conversem por vídeo com amigos ou familiares, como o Zoom ou o FaceTime da Apple.

Mas o Houseparty, que antes era popular principalmente entre adolescentes, cria uma série de outros recursos para incentivar a interação, incluindo a capacidade de jogar remotamente ou entrar em conversas já iniciadas pelos amigos no aplicativo.

Em sua essência, os aplicativos móveis e de desktop gratuitos do Houseparty permitem que as pessoas conversem por vídeo com amigos ou familiares, como o Zoom ou o FaceTime da Apple (Imagem: Facebook/Zoom Video Communications)

No mês passado, o Houseparty registrou 50 milhões de usuários, disse Sima. Ela estima que o número seja equivalente a 70 vezes a quantidade típica do aplicativo em alguns mercados.

A empresa não divulga o número total de usuários, mas é o aplicativo de rede social mais baixado na App Store dos EUA todos os dias desde 20 de março – à frente do trio Facebook, Messenger e WhatsApp da gigante de redes sociais – e foi o segundo aplicativo mais baixado de qualquer categoria no final de semana da Páscoa, atrás apenas do Zoom, de acordo com a App Annie.

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Para muitos agora presos em casa, a ascensão do Houseparty pode ter surgido do nada. Mas o aplicativo existe há quase quatro anos.

Em junho do ano passado, foi adquirido pela Epic Games, dona do blockbuster Fortnite, depois de levantar mais de US$ 70 milhões em capital de risco.

Em uma rodada de captação de recursos no final de 2016, investidores avaliaram o Houseparty em cerca de US$ 150 milhões, segundo o Pitchbook.

A empresa também enfrenta desafios com o aumento da popularidade. Segundo alegações feitas on-line em inúmeras contas do Twitter, o Houseparty teria sido hackeado e o download do aplicativo teria resultado na perda de controle de outras contas de usuários nas quais presumivelmente usavam a mesma senha, como o Spotify.

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O Houseparty negou rapidamente que houvesse alguma violação, mas as acusações foram generalizadas o suficiente para que a empresa enviasse seu próprio tuíte oferecendo uma recompensa de US$ 1 milhão a qualquer pessoa com informações sobre onde os rumores começaram.

“Estamos investigando indicações de que os recentes rumores sobre hackers foram divulgados por uma campanha comercial de difamação para prejudicar o Houseparty”, disse a empresa, embora a oferta de pagamento tenha atraído ainda mais atenção aos rumores.

Sima não quis dar detalhes, citando restrições legais sobre o que poderia discutir. “Não sabemos o que aconteceu e ainda estamos investigando”, acrescentou.

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bloomberg@moneytimes.com.br