Hyundai tem queda no lucro do 2º trimestre e alerta para impacto maior com tarifas dos EUA

Hyundai teve queda no lucro no 2º tri e prevê impacto de tarifas ainda maior no próximo (Reuters/Andrew Cullen)

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A Hyundai Motor anunciou nesta quinta-feira (24) uma queda no lucro operacional do segundo trimestre, à medida que as tarifas dos Estados Unidos sobre veículos e peças começaram a pesar sobre seus lucros. A empresa também alertou para um impacto ainda maior nos resultados do terceiro.

Os resultados da Hyundai ilustram o que está em jogo para as autoridades da Coreia do Sul, que estão sob pressão para elaborar um acordo comercial, após EUA e Japão terem chegado a um entendimento nesta semana que reduzirá as tarifas para seus rivais japoneses.

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A montadora sul-coreana disse que manterá sua meta anual de lucro por enquanto, mas atualizará o plano após o prazo de 1º de agosto, quando as tarifas recíprocas entrarão em vigor.

A Hyundai, que junto com sua marca subsidiária Kia, é o terceiro maior grupo automotivo do mundo em vendas, registrou um lucro operacional de 3,6 trilhões de won (US$ 2,64 bilhões) no período de abril a junho, uma queda de 16% em relação ao mesmo período no ano anterior. O resultado é comparado à estimativa SmartEstimate da LSEG de 3,5 trilhões de won, feita com base em 22 analistas.

Tarifas dos EUA pesam

A montadora sul-coreana disse que as tarifas dos EUA custaram 828 bilhões de won (US$ 606,37 milhões) no segundo trimestre, e que o impacto será maior no período de julho a setembro.

A Hyundai espera que as tarifas dos EUA sobre os carros coreanos “caiam um pouco” dos atuais 25%, mas é difícil prever quanto elas cairão, disse o diretor financeiro da Hyundai Motor, Lee Seung-jo.

As empresas sul-coreanas estão em estado de alerta depois que o governo de Donald Trump chegou a um acordo com o Japão esta semana que reduz as tarifas sobre importações de automóveis para 15%, poupando Tóquio de novas tarifas punitivas sobre outros produtos.

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O ministério das finanças da Coreia do Sul disse nesta quinta-feira que as negociações previstas para sexta-feira entre autoridades de alto escalão de Seul e Washington sobre tarifas foram remarcadas devido a um conflito de agenda do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.

As ações da montadora caíram 2% após o anúncio dos resultados.

“Parece crucial que a Hyundai Motor tranquilize os investidores sobre se possui ferramentas eficazes para lidar com a atual incerteza relacionada às tarifas, ou como planeja contribuir para as discussões comerciais mais amplas entre Coreia do Sul e EUA”, disse Shin Yoon-chul, analista da Kiwoom Securities.

“No entanto, como ocorreu com os resultados do primeiro trimestre, a empresa permaneceu em silêncio, uma postura que provavelmente deixará investidores estrangeiros desconfortáveis em investir na Hyundai”.

Precificação de veículos

Os resultados oferecem a primeira visão de como a montadora coreana, que ganhou participação de mercado e vendas nos EUA nos últimos anos, está sendo afetada pelas tarifas em um mercado lucrativo.

A Hyundai Motor gera mais de 40% da sua receita no mercado dos EUA. Junto com a Kia, a Hyundai importa cerca de dois terços dos veículos vendidos nos Estados Unidos.

A Hyundai adiantou os embarques para amortecer o impacto das tarifas, mas seu estoque nos EUA está se esgotando, disseram analistas.

A Hyundai aumentou as vendas no varejo nos EUA no segundo trimestre, com um crescimento de 10% em relação ao ano anterior, mantendo os preços inalterados e absorvendo os custos mais altos.

A empresa afirmou que ajustará os preços dos veículos nos EUA de forma flexível com base nas condições de mercado e nos concorrentes, e não com base nas tarifas. A montadora também pretende buscar fontes alternativas de peças e está avaliando atentamente a expansão da produção local de veículos a longo prazo.

GM, Stellantis e Tesla relataram esta semana prejuízos financeiros causados pelas tarifas, à medida que as montadoras enfrentam o aumento dos custos de importação e produção decorrente das tarifas, não apenas sobre importações de veículos, mas também sobre autopeças, aço e alumínio.

Embora as tarifas dos EUA representem riscos para suas operações, a Hyundai afirmou que a desvalorização da moeda sul-coreana ajudou a compensar parte do impacto. A empresa informou que sua receita aumentou 7% em relação ao ano anterior.