Mercados

Ibovespa avança e encosta nos 140 mil pontos com ‘pesos-pesados’; dólar sobe a R$ 5,46

01 jul 2025, 17:23 - atualizado em 01 jul 2025, 17:29
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O Ibovespa estendeu os ganhos da véspera e voltou a se aproximar dos 140 mil pontos apesar da judicialização do IOF (Imagem: Leung Cho Pan/Canva)

O Ibovespa (IBOV) manteve o forte ritmo de ganhos da véspera e iniciou o segundo semestre de 2025 em alta, ajudada dos pesos-pesados.

Nesta terça-feira (1º), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,50%, aos 139.549,43 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4612, com avanço de 0,50%.

No cenário doméstico, o cenário fiscal concentrou as atenções dos investidores com novos desdobramentos da tensão entre o Legislativo e o Executivo sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Nesta terça-feira (1º), a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevava do (IOF) e que foi derrubado pelo Congresso Nacional na semana passada. Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, a decisão dos parlamentares violou o princípio de separação dos Poderes.

A ação do governo será relatada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Ainda pela manhã, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que, matematicamente, as mudanças no IOF, aliadas à revisão dos benefícios fiscais e às medidas previstas na medida provisória, garantem o cumprimento das metas fiscais em 2025 e 2026.

Em evento do Citi, em São Paulo, Durigan disse que ele e o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gostariam de fazer o ajuste fiscal em um ritmo mais rápido, mas que é necessário reconhecer quando não há espaço político para avançar.

Altas e quedas no Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Embraer (EMBR3), com novos pedidos de jatos. A fabricante anunciou que firmou um acordo com a Scandinavian Airlines (SAS) para a venda de 45 jatos E195-E2, com direitos de compra para 10 aeronaves adicionais.

O Citi avaliou que o pedido firme da SAS aumenta a diversidade e a qualidade da carteira de encomendas da fabricante brasileira.

Já a ponta negativa do índice foi liderada por Azzas 2154 (AZZA3), em movimento de realização dos ganhos recentes. Ontem (30), os papéis da varejista encerraram as negociações com alta de 4,70% em reação a mudanças no alto escalão e “trégua” de desentendimentos entre os acionistas de referência.

As ações da Vale (VALE3), um dos pesos-pesados do Ibovespa, subiram mais de 1% com dados positivos da China, mas na contramão do minério de ferro.

O índice de gerentes de compras (PMI) industrial do país subiu em junho em relação a maio, acima do consenso do mercado, mostrando expansão da atividade econômica — o que alimentou expectativas de aumento da demanda.

Já Petrobras (PETR3;PETR4) teve leve alta na esteira do petróleo e estendeu os ganhos recentes. Depois de cair mais de 10% no semestre, os contratos mais líquidos do Brent, com vencimento em setembro, subiram 0,55%, a US$ 67,11 o barril na International Exchange (ICE), em Londres.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam sem direção única um dia após os recordes históricos.

Em destaque, Nasdaq recuou quase 1% puxado pelas empresas de tecnologia. As ações da Tesla caíram mais de 4% em meio a retomada de troca de farpas entre o fundador e CEO, Elon Musk, e o presidente dos EUA, Donald Trump.

O chefe da Casa Branca afirmou que Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que antes era liderado por Musk, deveria analisar os subsídios governamentais que as empresas do bilionário receberam.

O movimento acontece após o CEO da Tesla voltar a criticar o plano orçamentário do governo, que está em tramitação no Senado.

A proposta, chamada por Trump de “Beautiful Bill“, foi aprovada hoje pelo Senado e prevê o aumento de US$ 3,3 trilhões do déficit fiscal norte-americano. A proposta deve passar por votação final na Câmara dos Representantes.

Já no final da tarde, o chefe da Casa Branca afirmou que não pensa em estender o prazo de 9 de julho, data em queda as tarifas recíprocas devem entrar em vigor após uma “trégua” temporária de 90 dias.

Os investidores também dividiram as atenções com novas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell. Ele afirmou que o banco central provavelmente já teria cortado as taxas de juros se não fossem as tarifas.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • Dow Jones: +0,91%, aos 44.494,94 pontos;
  • S&P 500: -0,11%, aos 6.198,01 — maior nível histórico; 
  • Nasdaq: -0,82%, aos 20.202,89 pontos — maior nível histórico.

Na Ásia, os índices fecharam em queda com incertezas sobre as tarifas de Trump. O índice Nikkei, do Japão, teve queda de 1,24%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, não teve negociações.

Na Europa, os índices terminaram a sessão sem direção, com dados de inflação e falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE). O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,18%, aos 540,42 pontos.

Os investidores repercutiram a desaceleração da inflação da zona do euro para 2% em junho, em linha com a meta do BCE. A presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, afirmou que o recuo do índice inflacionário “não é missão cumprida, mas alvo alcançado”, mas que o ambiente ainda é de “muita incerteza”.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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