Ibovespa supera os 155 mil pontos e renova recorde nominal pelo 11º pregão consecutivo; dólar cai
O Ibovespa (IBOV) engatou a sua 14º alta consecutiva — a série de ganhos mais longa desde 1994 — e o seu 11º recorde seguido com balanços corporativos e retomada do apetite ao risco no exterior com negociações para o fim do ‘shutdown‘ nos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (10), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações em novo recorde nominal com alta de 0,77%, aos 155.257,31 pontos. O recorde anterior era da sessão anterior, quando encerrou o dia aos 154.063,53 pontos. Esse é o 26º recorde do Ibovespa em 2025.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3073, com queda de 0,53%.
No cenário doméstico, os investidores operaram em compasso de espera pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro e a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na semana passada, o colegiado do BC decidiu, de forma unânime, manter a taxa Selic em 15% ao ano, no maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006. Essa foi a terceira manutenção consecutiva e em linha com o esperado pelo mercado.
Entre os dados, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram as projeções para a inflação de 2025 em 4,55%, no Boletim Focus desta segunda-feira (10).
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se a arrecadação federal seguir “vindo bem”, o governo deve se aproximar de centro da meta de déficit fiscal zero neste ano, em virtude do empoçamento — recursos que são liberados para ministérios, mas que terminam o ano em caixa, em entrevista à CNN Brasil.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Lojas Renner (LREN3) lideraram os ganhos com alívio na curva de juros futuros. As ações da Raízen (RAIZ4) também operaram em alta após o anúncio da venda usina Continental, localizada em Colômbia–SP, ao Grupo Colorado, por R$ 750 milhões.
Azzas 2154 (AZZA3), por sua vez, destoou do desempenho do setor de varejo e fechou em queda, encabeçando a ponta negativa do Ibovespa.
As ações da Suzano (SUZB3) também figuraram na ponta negativa, estendendo as perdas pelo quarto pregão consecutivo. Os papéis foram pressionados pelo enfraquecimento do dólar e pelos números do terceiro trimestre (3T25) ainda no radar.
Entre julho e setembro, a companhia registrou um lucro de R$ 1,96 bilhão, um recuo de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. O BTG Pactual viu resultados fracos para Suzano, reflexo da forte pressão sobre a receita líquida decorrente da valorização do real e da fraqueza da celulose.
Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR4;PETR3) fechou em alta na esteira do desempenho do petróleo. Vale (VALE3) também encerrou o pregão com ganhos.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão em forte alta, com a expectativa de fim da paralisação, que já dura mais de 40 dias.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,16%, aos 46.987,10 pontos;
- S&P 500: +0,13%, aos 6.728,80 pontos;
- Nasdaq: -0,22%, aos 23.004,53 pontos.
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Na Europa, os mercados fecharam em alta com apetite ao risco. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou com avanço de 1,42%, aos 572,82 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam com ganhos expressivos com dados de inflação na China, acima do esperado. A inflação ao consumidor ficou em 0,2% em relação ao ano anterior, em comparação com as expectativas de crescimento zero dos economistas consultados pela Reuters.
O índice Nikkei, do Japão, encerrou a sessão com alta de 1,26%, aos 50.911,76 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,55%, aos 26.649,06 pontos.