Ibovespa dispara e tem recorde aos 157 mil pontos após inflação e ata do Copom aumentarem expectativa de corte na Selic; dólar cai
O Ibovespa (IBOV) engatou a sua 15º alta consecutiva — igualando-se à série de maio a junho de 1994 — e o seu 12º recorde seguido com expectativas de início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central.
Nesta terça-feira (11), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações em novo recorde nominal com alta de 1,60%, aos 157.748,60 pontos. Até então o recorde era da sessão anterior, quando encerrou o dia aos 155.257,31 pontos. Esse é o 27º recorde do Ibovespa em 2025.
Durante a sessão, o Ibovespa chegou a superar os 158 mil pontos pela primeira vez.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,2732, com queda de 0,64% — no menor nível desde junho de 2024.
No cenário doméstico, os investidores reagiram a dados de inflação e à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,09% no mês de outubro, após registrar alta de 0,48% em setembro. A expectativa era de que o IPCA avançasse 0,16% no período. No ano, a inflação acumula alta de 3,73% e, em 12 meses, avanço de 4,68%.
Já o Copom voltou a destacar sua preocupação com a trajetória da inflação. O destaque da ata é a incorporação de uma estimativa preliminar do impacto da mudança recente no Imposto de Renda em suas projeções – “o que limita riscos de alta à frente”, segundo a análise do Itaú BBA.
Com o entendimento de que a ata trouxe sinais “menos conservadores” e com a desaceleração da inflação, aumentaram as apostas de primeiro corte na Selic em janeiro. Contudo, a maioria do mercado reforçou a chance de o Copom iniciar o ciclo de afrouxamento monetário apenas em março do ano que vem.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Braskem (BRKM5) lideraram os ganhos com salto de mais de 17% em reação aos números do balanço do terceiro trimestre (3T25), além do acordo com Alagoas e rumores de venda da fatia da empresa detida pela Novonor.
MBRF (MBRF3) também figurou entre as maiores altas com reação aos números do 3T25. Para o Itaú BBA, o principal destaque positivo foi a resiliência das margens na operação de bovinos na América do Sul, que vem expandindo capacidade e lucratividade — inclusive com os ativos no Uruguai.
Entre os pesos-pesados, o tom foi misto. Petrobras (PETR4;PETR3) saltou quase 3% na esteira do desempenho do petróleo, enquanto Vale (VALE3) fechou em leve queda.
Na ponta negativa, Natura (NATU3) despencou mais de 15% com números aquém do esperado para o 3T25. Os analistas, em consenso, avaliam os números do balanço como fracos — e até mesmo a companhia se decepcionou.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão sem direção única. Os investidores reagiram ao avanço das negociações no Congresso para um novo financiamento da máquina pública, ao mesmo tempo que rebalancearam as posições — reduzindo as apostas no setor de tecnologia.
Na noite de ontem (10), o Senado dos Estados Unidos aprovou um acordo para destravar o financiamento do governo e pôr fim ao shutdown — que já completou 41 dias, sendo a maior paralisação da história norte-americana.
A proposta segue para a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. O presidente da Casa, Mike Johnson, disse que deve votar a proposta nesta quarta-feira (12). Após a aprovação pelos deputados, o texto segue para sanção do presidente norte-americano, Donald Trump.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +1,18%, aos 47.927,96 pontos;
- S&P 500: +0,21%, aos 6.846,61 pontos;
- Nasdaq: -0,25%, aos 23.468,30 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam em alta com apetite ao risco. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em recorde com avanço de 1,28%, aos 580,13 pontos e FTSE 100, de Londres, fechou no maior nível nominal histórico aos 9.899,60 pontos (+1,15%).
Na Ásia, os índices fecharam sem direção única com o foco no setor de tecnologia. O índice Nikkei, do Japão, encerrou a sessão com queda de 0,14%, aos 50.842,93 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,18%, aos 26.696,41 pontos.