Mercados

Ibovespa ignora alta dos ‘pesos-pesados’ e fecha em queda com ‘tarifaço’ de Trump; dólar sobe a R$ 5,54

11 jul 2025, 17:25 - atualizado em 11 jul 2025, 17:33
Queda bolsa
O Ibovespa completou o 5º dia consecutivos de perdas com cautela externa e saída de capital estrangeiro após tarifaço de Trump sobre o Brasil (Imagem: iStock/peshkov)

O Ibovespa (IBOV) engatou a quinta sessão consecutiva de perdas com o “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil.

Nesta sexta-feira (11), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,41%, aos 136.187,31 pontos. Na semana, o Ibovespa caiu 3,60%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5475, com alta de 0,04%. No acumulado dos últimos cinco pregões, a divisa teve valorização de 2,26% ante o real.

No cenário doméstico, o mercado ainda concentrou as atenções no ‘tarifaço’ aos produtos brasileiros.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que “vai brigar” em todas as esferas para suspender a taxação dos EUA e que a Lei de Reciprocidade Econômica é uma alternativa à medida de Trump, em evento do governo no Espírito Santo.

“Vou brigar na OMC (Organização Mundial do Comércio), vou conversar com meus companheiros do Brics”, disse. “Agora, se não tiver jeito, no papo, no tête-à-tête, nós vamos estabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá”, afirmou.

Já pela manhã, Trump afirmou que pode negociar com o Brasil e conversar com o presidente brasileiro sobre as tarifas, mas que esse não é o momento.

“Talvez em algum momento eu fale com ele. Agora não”, disse Trump ao deixar a Casa Branca para visitar o Texas, devastado pelas enchentes, criticando novamente os processos judiciais do Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No final da tarde, o governo publicou uma nova medida provisória para reduzir impactos de alta de custos do setor elétrico aos consumidores, incluindo dispositivos para derrubar a contratação compulsória de usinas termelétricas a gás natural e para limitar o crescimento do principal encargo cobrado na conta de luz.

Altas e quedas no Ibovespa

A ponta negativa do Ibovespa foi liderada pelas ações cíclicas, com a abertura da curva de juros brasileira e saída de capital estrangeiro com a aversão a risco após o anúncio da tarifa. Yduqs (YDUQ3) figurou como a ação com pior desempenho diário.

As ações da Localiza (RENT3) também se destacaram na ponta negativa com reação ao programa de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros “mais leves e econômicos”. O decreto foi divulgado ontem (10) pelo governo.

Os pesos-pesados fecharam a sessão em alta. Entre eles, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4), na esteira dos desempenhos do minério de ferro e do petróleo, respectivamente.

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por PetroReconcavo (RECV3), apoiado pelo petróleo. Os contratos futuros do petróleo Brent, com vencimento em setembro, fecharam com alta de 2,51%, a US$ 70,36 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

MRV (MRVE3) ainda foi um destaques das altas após anunciar o desinvestimento da Resia, sua subsidiária nos Estados Unidos.

Na semana, BRF (BRFS3) foi a ação com melhor desempenho do índice com alta de cerca de 11%, enquanto Yduqs (YDUQ3) registrou a maior queda, com recuo de 15%.

Exterior 

Os índices de Wall Street realizaram os ganhos da véspera após recordes nominais do S&P 500 e Nasdaq, com um novo anúncio de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Ontem (10), Donald Trump anunciou uma nova tarifa de 35% sobre o Canadá. Ele citou o fentanil como justificativa para o aumento das taxas, acrescentando que elas seriam ainda maiores se o país retaliasse. “Se o Canadá trabalhar comigo para interromper o fluxo de fentanil, talvez consideremos um ajuste nesta carta”, disse Trump em uma carta publicada no Truth Social.

Em entrevista à NBC News, Trump também afirmou que está considerando anunciar tarifas gerais entre 15% a 20% para os demais países — acima, portanto, da alíquota anunciada por ele no ‘Liberation Day‘, em 2 de abril.

Até agora, o chefe da Casa Branca anunciou novas tarifas para 23 países nessa segunda rodada de ‘tarifaço’, com vigência a partir de 1º de agosto. O Brasil foi o país taxado com a alíquota mais alta, de 50%.

Ele também prometeu divulgar uma carta com uma nova taxa sobre os produtos fabricados na União Europeia.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: -0,63%, aos 44.371,51 pontos;
  • S&P 500: -0,33%, aos 6.259,75 pontos; 
  • Nasdaq: -0,22%, aos 20.585,53 pontos.

Na Ásia, os índices tiveram uma sessão sem direção definida com a continuidade do ‘tarifaço’ dos EUA. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,19%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,46%.

Na Europa, os mercados terminaram em forte queda com a ameaça tarifária de Trump. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 1,01%, aos 547,34 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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