Ibovespa recua na semana, aos 142,2 mil pontos, após renovar recordes

O Ibovespa encerrou a semana em queda, interrompendo a sequência de ganhos que havia levado o índice a renovar máximas históricas. Nesta sexta-feira, o movimento foi de realização de lucros, em um pregão marcado ainda pelas expectativas em torno do possível primeiro corte de juros nos Estados Unidos em nove meses, que pode ocorrer na próxima semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,61%, a 142.271,58 pontos, após marcar 142.240,7 pontos na mínima e 143.202,09 pontos na máxima do dia. Na semana, acumulou declínio de 0,26%, enquanto, no mês, ainda sobe 0,60%. O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somou apenas R$ 16,4 bilhões.
Na véspera, o Ibovespa renovou máximas históricas, testando o patamar dos 144 mil pontos pela primeira vez.
O dia foi de expectativa pelo início de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) já na reunião da semana que vem.
Na quinta-feira a divulgação dos dados sobre pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que somaram 263 mil na semana passada, acima dos 235 mil esperados, abriu espaço para a queda dos yields dos Treasuries, em meio à firme percepção de que o Federal Reserve caminha para cortar juros na próxima semana.
O índice de tecnologia Nasdaq fechou em alta nesta sexta-feira e atingiu um recorde de fechamento, impulsionado pela Microsoft, em um pregão com resultados mistos.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 registrou variação negativa de 0,05%, para 6.584,00 pontos. O Nasdaq ganhou 0,44%, para 22.139,46 pontos. O Dow Jones caiu 0,59%, para 45.834,56 pontos.
STF
No Brasil, também esteve no radar a ausência de retaliações dos Estados Unidos ao Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em julho, ao definir tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, o presidente dos EUA, Donald Trump, citou como um dos motivos o julgamento de Bolsonaro, seu aliado. Na noite de quinta-feira, após a condenação, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o país “responderá adequadamente a essa caça às bruxas”.
“Mercado esperava alguma retaliação mais forte do Trump, mas não saiu nada”, comentou durante a tarde Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,3% em julho sobre o mês anterior — a sexta alta mensal consecutiva do setor, que mostra resiliência em meio ao aperto monetário. Na comparação com julho do ano passado, os serviços cresceram 2,8%, renovando o ponto mais alto de sua série. Economistas esperavam alta de 0,3% sobre junho e crescimento de 2,6% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.
Destaques entre as ações
Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,5%, liderando as perdas do segmento, acompanhado por Bradesco (BBDC4) (-1,17%), Santander Brasil (SANB11) (-1,1%) e BTG Pactual (BPAC11) (-1,77%). Na contramão, Banco do Brasil (BBSA3) avançou 0,41%.
Petrobras (PETR4) recuou 0,67%, pressionada por realização de lucros, mesmo diante da alta do petróleo no exterior, onde o barril do Brent subiu 0,93%. Ainda assim, na semana, as preferenciais da estatal acumularam ganho de 1,93%.
Vale (VALE3) encerrou praticamente estável, em leve queda de 0,04%, após oscilar durante o pregão. O desempenho refletiu movimentos moderados nos contratos futuros do minério de ferro na China e a notícia da véspera de que a companhia obteve licença para expandir a produção em Carajás.
No setor siderúrgico, Gerdau (GGBR3) registrou o pior desempenho do dia, com baixa de 4,12%. Usiminas (USIM5) recuou 0,44%, enquanto CSN (CSAN3) destoou ao subir 0,13%.
Entre as empresas do setor de proteínas, Minerva (BEEF3) avançou 2,47% e Marfrig (MRFG3)
ganhou 2,63%, em meio a expectativas de alívio tarifário nos Estados Unidos, após o governo norte-americano retirar a taxa de 10% sobre exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel.
Já RD Saúde (RADL3) manteve a sequência positiva, subindo 2,85% no quarto pregão consecutivo de valorização. A ação busca prolongar em setembro o forte ritmo de agosto, quando acumulou alta superior a 30%.
*Com informações da Reuters