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Ibovespa dispara e fecha no maior nível da história, aos 138 mil pontos, em ‘duplo recorde’; dólar cai a R$ 5,60

13 maio 2025, 17:15 - atualizado em 13 maio 2025, 17:26
Ibovespa-alta
Ibovespa disparou aos 139 mil pontos com possível fim do ciclo de altas na Selic, commodities e desaceleração da inflação nos EUA (Imagem: iStock.com/erhui1979)

Um dia após uma sessão fraca e descolada do exterior, o Ibovespa (IBOV) saltou quase 3 mil pontos e registrou um “duplo recorde” nesta terça-feira (13). Desaceleração da inflação nos Estados Unidos, valorização das commodities — que impulsionaram os pesos-pesados — e expectativa de fim do ciclo de aperto monetário no Brasil patrocinaram o forte apetite ao risco local.

Hoje (13), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 138.963,11 pontos, com avanço de 1,74%, em novo recorde nominal. O maior nível até então era de 137.343,96 pontos, registrado em 28 de agosto.

Durante a sessão, o Ibovespa também renovou a máxima histórica intradia aos 139.418,97 pontos. A marca anterior tinha sido registrada em 8 de maio, aos 137.634,57 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6087, com queda de 1,32% ante o real. 

No cenário doméstico, os investidores ainda repercutiram a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento, divulgado hoje mais cedo pelo Banco Central (BC), destacou que as incertezas em torno da política econômica nos Estados Unidos e a guerra tarifária contra a China têm impacto sobre expectativas de inflação, ainda desancoradas.

Na avaliação do mercado, a ata foi “neutra” em relação ao comunicado da decisão sobre a Selic e os agentes financeiros elevaram as apostas de que o ciclo de aperto monetário no Brasil já chegou ao fim. “O plano atual do Comitê parece ser manter a taxa Selic inalterada nas próximas reuniões, ainda que sem um compromisso firme nesse sentido”, disse  economista-chefe da XP, Caio Megale.

Na semana passada, o colegiado do BC elevou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 14,75% ao ano, e deixou a janela aberta para um possível fim do ciclo de aperto monetário.

Os balanços corporativos seguiram concentrando boa parte da atenção dos investidores, com destaque para os resultados de Petrobras (PETR3;PETR4).

Altas e quedas no Ibovespa 

As ações da Hapvida (HAPV3) lideraram os ganhos do Ibovespa, impulsionadas pelo balanço do primeiro trimestre (1T15). A operadora de saúde reportou um lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar do recuo anual, os analistas consideraram os resultados positivos, com destaque para os depósitos judiciais e para a melhora na sinistralidade. 

Já a ponta negativa foi liderada por Yduqs (YDUQ3), com a reação negativa aos números do 1T25. A educacional registrou lucro líquido ajustado de R$ 153,7 milhões entre janeiro e março, uma queda de 11,4% em relação ao mesmo período de 2024. Para os analistas, a Yduqs apresentou resultados mistos no 1T25, com queda no lucro líquido e Ebitda ajustado e crescimento forte da geração de caixa. 

O balanço foi acompanhado de uma revisão nas estimativas da companhia: a educacional cortou a projeção de lucro por ação (LPA) para a faixa entre R$ 1,70 a R$ 2,00 em 2025.

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) também repercutiu o balanço do 1T25 e encerrou a sessão em alta de quase 2%. De janeiro a março, o lucro líquido atingiu R$ 35,2 bilhões, alta de 48,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Para o BTG Pactual, os resultados não foram excelentes, mas também não foram decepcionantes.

Durante a teleconferência de resultados, a CEO Magda Chambriard afirmou que o momento é de “austeridade” e controle de custos, para enfrentar a queda do petróleo. No trimestre, o Brent — tipo utilizado como referência pela Petrobras — perdeu US$ 20, saindo da casa dos US$ 85 para os atuais US$ 65.

Vale (VALE3) também fechou em alta de cerca de 2% na esteira do minério de ferro, ainda em reação ao acordo entre EUA e China.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street operaram sem direção única, com os mercados reagindo a novos dados econômicos e declarações do presidente Donald Trump.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 0,2% em abril, em linha o esperado pelo mercado. Já em 12 meses, a inflação subiu para 2,3%, um pouco abaixo da previsão dos analistas. O dado consolidou a chance de o Fed cortar os juros em 50 pontos-base até dezembro deste ano como aposta majoritária. Hoje, os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Embora o CPI não seja o dado inflacionário de referência do Federal Reserve (Fed), ele serve para calibrar as apostas dos agentes financeiros sobre a trajetória dos juros norte-americanos.

Com a desaceleração anual, Trump voltou a exigir que o Fed reduza a taxa de juros. “Não há inflação, e os preços da gasolina, da energia, dos mantimentos e de praticamente tudo estão em baixa! O Fed tem que baixar os juros, como fizeram a Europa e a China”, disse o presidente no Truth Social.

O chefe da Casa Branca também disse que removerá as sanções contra a Síria. “Vou ordenar o fim das sanções contra a Síria para dar a eles uma chance de grandeza”, disse Trump em um fórum de investimentos em Riad. “É a hora deles brilharem. Estamos tirando todas elas. […] Boa sorte, Síria, mostre-nos algo muito especial.”

Os EUA impuseram duras sanções à Síria durante o governo de Bashar al-Assad, e as mantiveram mesmo após a queda do ditador depois de mais de 13 anos de guerra.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,72%, aos 5.886,55 pontos; 
  • Dow Jones: -0,64%, aos 42.140,43 pontos;
  • Nasdaq: +1,61%, aos 19.010,09 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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