Ibovespa dispara e fecha no maior nível da história, aos 138 mil pontos, em ‘duplo recorde’; dólar cai a R$ 5,60

Um dia após uma sessão fraca e descolada do exterior, o Ibovespa (IBOV) saltou quase 3 mil pontos e registrou um “duplo recorde” nesta terça-feira (13). Desaceleração da inflação nos Estados Unidos, valorização das commodities — que impulsionaram os pesos-pesados — e expectativa de fim do ciclo de aperto monetário no Brasil patrocinaram o forte apetite ao risco local.
Hoje (13), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 138.963,11 pontos, com avanço de 1,74%, em novo recorde nominal. O maior nível até então era de 137.343,96 pontos, registrado em 28 de agosto.
Durante a sessão, o Ibovespa também renovou a máxima histórica intradia aos 139.418,97 pontos. A marca anterior tinha sido registrada em 8 de maio, aos 137.634,57 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6087, com queda de 1,32% ante o real.
No cenário doméstico, os investidores ainda repercutiram a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento, divulgado hoje mais cedo pelo Banco Central (BC), destacou que as incertezas em torno da política econômica nos Estados Unidos e a guerra tarifária contra a China têm impacto sobre expectativas de inflação, ainda desancoradas.
Na avaliação do mercado, a ata foi “neutra” em relação ao comunicado da decisão sobre a Selic e os agentes financeiros elevaram as apostas de que o ciclo de aperto monetário no Brasil já chegou ao fim. “O plano atual do Comitê parece ser manter a taxa Selic inalterada nas próximas reuniões, ainda que sem um compromisso firme nesse sentido”, disse economista-chefe da XP, Caio Megale.
Na semana passada, o colegiado do BC elevou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 14,75% ao ano, e deixou a janela aberta para um possível fim do ciclo de aperto monetário.
Os balanços corporativos seguiram concentrando boa parte da atenção dos investidores, com destaque para os resultados de Petrobras (PETR3;PETR4).
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street operaram sem direção única, com os mercados reagindo a novos dados econômicos e declarações do presidente Donald Trump.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 0,2% em abril, em linha o esperado pelo mercado. Já em 12 meses, a inflação subiu para 2,3%, um pouco abaixo da previsão dos analistas. O dado consolidou a chance de o Fed cortar os juros em 50 pontos-base até dezembro deste ano como aposta majoritária. Hoje, os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Embora o CPI não seja o dado inflacionário de referência do Federal Reserve (Fed), ele serve para calibrar as apostas dos agentes financeiros sobre a trajetória dos juros norte-americanos.
Com a desaceleração anual, Trump voltou a exigir que o Fed reduza a taxa de juros. “Não há inflação, e os preços da gasolina, da energia, dos mantimentos e de praticamente tudo estão em baixa! O Fed tem que baixar os juros, como fizeram a Europa e a China”, disse o presidente no Truth Social.
O chefe da Casa Branca também disse que removerá as sanções contra a Síria. “Vou ordenar o fim das sanções contra a Síria para dar a eles uma chance de grandeza”, disse Trump em um fórum de investimentos em Riad. “É a hora deles brilharem. Estamos tirando todas elas. […] Boa sorte, Síria, mostre-nos algo muito especial.”
Os EUA impuseram duras sanções à Síria durante o governo de Bashar al-Assad, e as mantiveram mesmo após a queda do ditador depois de mais de 13 anos de guerra.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +0,72%, aos 5.886,55 pontos;
- Dow Jones: -0,64%, aos 42.140,43 pontos;
- Nasdaq: +1,61%, aos 19.010,09 pontos.