Ibovespa tem leve queda com incertezas sobre EUA e China e falas de Powell; dólar sobe a R$ 5,47

O Ibovespa (IBOV) teve mais um dia guiado pelo exterior, com a escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e China.
Nesta terça-feira (14), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,07%, aos 141.682,99 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4700, com alta de 0,14%.
No cenário doméstico, os investidores repercutiram o noticiário corporativo, mas com Brasília no radar. O mercado espera o anúncio de novas medidas de compensação à derrota do governo com a medida provisória (MP) alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em audiência no Senado Federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começará a trabalhar em alternativas para compensar o impacto orçamentário do arquivamento da MP a partir de amanhã (15).
“A MP 1.303 era um pressuposto importante e, vamos combinar, era muito justa”, afirmou Haddad. “Isso (arquivamento da MP) vai ter efeito sobre outros processos, a dificuldade de fechar a peça orçamentária, a necessidade de cortes em áreas prioritárias, em emendas. Então isso tem efeitos, não é uma coisa que você faz para demarcar posição.”
Entre os dados, o volume de serviços teve em agosto expansão de 0,1% na comparação com o mês anterior, em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, mostraram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o sétimo resultado mensal seguido no azul, o setor acumulou no período avanço de 2,6% e marcou a maior sequência de resultados positivos desde os oito meses compreendidos entre fevereiro e setembro de 2022. O avanço de agosto, no entanto, foi o mais fraco nesse período.
Os dados mostraram ainda expansão de 2,5% no volume de serviços em relação a agosto do ano anterior, também em linha com a expectativa.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos do pregão após a holandesa TrueNoord fechar um acordo para 20 jatos E195-E2, com direitos de compra para mais 30 aeronaves, pelo valor tabelado de US$ 1,8 bilhão.
De acordo com os cálculos do JP Morgan, que avalia positivamente o anúncio, a carteira de pedidos (backlog) da fabricante deverá atingir cerca de US$ 37,3 bilhões, incluindo as entregas do terceiro trimestre e outras recentes encomendas.
Minerva Foods (BEEF3) também figurou entre as maiores altas. O tom positivo foi impulsionado pela visão otimista do Itaú BBA sobre a companhia. O banco elevou o preço-alvo de R$ 7 para R$ 9 — o que representa um potencial de valorização de 39,3% sobre o preço de fechamento de ontem (13) —, mantendo a recomendação de compra.
Já a ponta negativa foi liderada por Cogna (COGN3) e MBRF (MBRF3).
Entre os pesos-pesados, os bancos encerraram a sessão sem direção única com a reavaliação do setor pelo Goldman Sachs. Petrobras (PETR4;PETR3) foi pressionada pelo desempenho do petróleo e Vale (VALE3) fechou em leve alta, destoando da queda de mais de 2% do minério de ferro na China.
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Exterior
Os índices de Wall Street operaram voláteis acompanhando a tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, além de novas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell.
Nesta terça-feira (14), os dois países começaram a cobrar taxas portuárias adicionais de transportes marítimos, depois de um breve alívio no último fim de semana.
Durante a tarde, o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a acirrar as atenções ao afirmar que está considerando encerrar negócios com a China nos setores de óleo de cozinha e soja.
Já Powell afirmou que o fim do esforço de longa data do BC para reduzir o tamanho de seus ativos, conhecido como aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês), pode estar se aproximando.
Ele também disse que o Fomc adotará uma abordagem “reunião por reunião” para quaisquer outros cortes na taxa de juros, conforme equilibram a fraqueza do mercado de trabalho com o fato de que a inflação permanece bem acima de sua meta de 2%.
No cenário corporativo, os investidores reagiram aos balanços dos bancos, que vieram acima das expectativas.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,44%, aos 46.270,46 pontos;
- S&P 500: -0,16%, aos 6.644,31 pontos;
- Nasdaq: -0,76%, aos 22.521,70 pontos.
Na Europa, os mercados terminaram em queda com tombo das ações da Michelin, após revisão do guidance, e a crise política na França. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,37%, aos 564,54 pontos.
Na Ásia, os índices também fecharam em tom negativo. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 2,58%, aos 46.847,32 pontos; e o Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 1,73%, aos 25.441,35 pontos.