Mercados

Ibovespa cai com tombo de Raízen (RAIZ4) e blue chips; dólar sobe a R$ 5,41

14 ago 2025, 17:12 - atualizado em 14 ago 2025, 17:23
recessão - gráfico vermelho fundos imobiliários
O Ibovespa fechou em queda pressionado por Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Raízen (RAIZ4), além da fraqueza de Wall Street (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) engatou o segundo dia negativo com atenções divididas entre dados econômicos no Brasil e no exterior, repercussão do pacote de contingência do ‘tarifaço’ e balanços corporativos.

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Nesta quinta-feira (14), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,24%, aos 136.355,78 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4171, com alta de 0,28%

No cenário doméstico, o mercado seguiu avaliando o pacote de contingência divulgado pelo governo na véspera. O plano inclui R$ 30 bilhões em linha de crédito, aportes de R$ 4,5 bilhões em diferentes fundos garantidores e até R$ 5 bilhões em créditos tributários a exportadores. Das despesas previstas, R$ 9,5 bilhões devem ficar fora da contabilidade da meta fiscal, contrariando previsão inicial do governo.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o plano é suficiente no momento, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ele deixou, no entanto, em aberto a possibilidade de novos aportes em fundos garantidores, fora da meta fiscal.

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Os dados ficaram em segundo plano. O volume de serviços cresceu 0,3% em junho no país na comparação com o mês anterior. O dado é o maior da série histórica e contrariou a expectativa dos economistas consultados pela Reuters, que previam recuo de 0,1% no período.

Altas e quedas no Ibovespa

Os balanços do segundo trimestre (2T25) continuaram a determinar as altas e quedas do Ibovespa. Nesta quinta-feira (14), a Hapvida (HAPV3) liderou os ganhos do principal índice da bolsa brasileira, mesmo após a companhia reduzir o lucro líquido e o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) na comparação anual.

Os analistas, em geral, avaliaram o balanço da operadora de saúde como neutro, mas com destaque positivo para as adições líquidas entre abril e junho deste ano.

A companhia registrou a “entrada” de 58 mil membros em planos de saúde, superando a previsão do mercado e acima dos 25 mil reportados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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Na avaliação do Safra, isso reflete a recuperação comercial após os desafios sazonais do primeiro trimestre (1T15), “impulsionada pelo forte desempenho no segmento corporativo, com maiores vendas e taxas de cancelamento estáveis”.

Já a ponta negativa do Ibovespa foi encabeçada por Raízen (RAIZ4), que caiu mais de 10% após a divulgação dos resultados da empresa no primeiro trimestre da safra 2025/26 (1T26).

O maior fator de preocupação do mercado está diretamente relacionado ao endividamento da companhia. A alavancagem disparou, chegando a 4,5x — relação entre a dívida líquida e o Ebitda, crescendo mais que o dobro na comparação anual.

A dívida líquida agora soma R$ 49,2 bilhões, um salto de 56% em relação ao primeiro semestre da safra anterior (1T25). Na ocasião, a empresa reportou lucro de R$ 1,1 bilhão, que foi revertido em prejuízo de R$ 1,8 bilhão no último trimestre.

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Em reação, a controladora Cosan (CSAN3) também ficou entre as maiores quedas do Ibovespa.

Entre os pesos-pesados, a Petrobras (PETR3; PETR4) fechou em queda pela terceira sessão consecutiva e destoou do desempenho do petróleo Brent — que fechou em alta de 1,84%, a US$ 66,84 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Vale (VALE3) também encerrou em queda acompanhando a baixa de mais de 2% do minério de ferro em Dalian, na China.

Exterior 

Os índices de Wall Street encerraram sem direção e o índice S&P 500 renovou o recorde nominal histórico pela terceira sessão consecutiva.

Os investidores reagiram a dados de inflação mais alto do que o esperado. Entre eles, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,9% no mês passado, depois de ficar inalterado em junho. Os economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2%.

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Após os dados, o mercado reduziu as apostas de corte nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) na próxima reunião, em setembro.

Os investidores também operaram na expectativa da reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, prevista para amanhã (15) no Alasca.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: -0,02%, aos 44.911,26 pontos;
  • S&P 500: +0,03%, aos 6.468,54 pontos — no maior nível nominal histórico; 
  • Nasdaq: -0,01%, aos 21.710,67 pontos.

Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em tom negativo em meio à precificação de afrouxamento monetário nos Estados Unidos. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, fechou com queda de 1,45% após duas sessões de recordes consecutivos. O Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,37%.

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Na Europa, os mercados encerram em tom positivo em meio a dados econômicos mistos. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,55%, aos 553,87 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.