Ibovespa ganha fôlego com Eletrobras (ELET3) e sobe aos 142 mil pontos; dólar cai a R$ 5,46

O Ibovespa (IBOV) acompanhou a melhora do humor dos investidores internacionais e retomou os 142 mil pontos.
Nesta quarta-feira (15), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,65%, aos 142.603,66 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4624, com queda de 0,14%.
No cenário doméstico, os investidores dividiram as atenções entre as declarações de diretores do Banco Central (BC).
Em destaque, o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, disse que a atividade está desacelerando como o esperado e que “estamos vendo a política monetária funcionar”, durante evento do JP Morgan, realizado em Washington, nos EUA.
Segundo ele, apesar da desaceleração, o BC não espera um recessão no país.
A expectativa de início das negociações comerciais com os Estados Unidos e o anúncio de medidas de compensação após a derrubada pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e de empresas de apostas esportivas (bets) como alternativa às mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), também ficaram no radar.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Eletrobras (ELET3) foram uma das mais negociadas do mercado brasileiro em reação à venda da participação na Eletronuclear para a J&F — dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
O JP Morgan já esperava uma reação positiva do mercado, tendo em vista que a participação da Eletrobras preocupava investidores devido à incerteza sobre os dividendos, ou ganhos, que a empresa tinha com as usinas nucleares. Além disso, a elétrica tinha obrigações financeiras com a Eletronuclear.
As ações da RD Saúde (RADL3) também se destacaram entre as altas do Ibovespa com avaliação positiva do JP Morgan sobre a companhia. O banco elevou o preço-alvo de RADL3 de R$ 24 para R$ 27 no final de 2026 — o que representa um potencial de valorização de 44,1% sobre o preço de fechamento da véspera (14). A recomendação de compra foi mantida.
A ponta positiva do índice, porém, foi liderada por Assaí (ASAI3) e MRV (MRVE3).
Já a ponta negativa foi encabeçada por Embraer (EMBR3), em realização dos ganhos recentes. Ontem (14), a fabricante de aeronaves fechou um acordo de pedidos firmes com a holandesa TrueNoord, de R$ 1,8 bilhão.
Entre os pesos-pesados, os bancos encerraram a sessão sem direção única. Petrobras (PETR4;PETR3) foi, mais uma vez, pressionada pelo desempenho do petróleo e Vale (VALE3) fechou em alta, destoando da queda de quase 2% do minério de ferro na China.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram sem direção única com os investidores monitorando os desdobramentos da tensão comercial entre Estados Unidos e a China, reação aos balanços trimestrais dos bancos e os primeiros efeitos do ‘shutdown‘ da máquina pública — em seu 15º dia.
Em destaque, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma taxa adicional de 100% sobre produtos de construção naval e afins fabricados no país asiático. A tarifa entra em vigor em 9 de novembro.
Para o diretor do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Stephen Miran, as novas tensões comerciais entre EUA e China representam novos riscos negativos para as perspectivas econômicas e dá mais urgência à necessidade do BC norte-americano de cortar os juros.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -0,04%, aos 46.253,31 pontos;
- S&P 500: +0,40%, aos 6.671,06 pontos;
- Nasdaq: +0,66%, aos 22.670,08 pontos.
Na Europa, os mercados sem direção. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,57%, aos 567,77 pontos.
Na Ásia, os índices também fecharam em tom positivo. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, subiu 1,76%, aos 47.672,67 pontos; e o Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 1,84%, aos 25.910,60 pontos.