Ibovespa interrompe sequência de quedas com Vale (VALE3) e Wall Street; dólar tem leve alta e fecha a R$ 5,56

O Ibovespa (IBOV) interrompeu a sequência de perdas, após sete dias de baixas, com apoio das blue chips e dos índices de Wall Street.
Nesta quarta-feira (16), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve alta de 0,19%, aos 135.510,99 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5619, com alta de 0,07%.
No cenário doméstico, a escalada das tensões comerciais entre Brasil e os Estados Unidos concentrou as atenções dos investidores.
Ontem (15), o presidente norte-americano Donald Trump anunciou anunciou a abertura de uma investigação para avaliar se atos, políticas e práticas do governo brasileiro são “injustas ou discriminatórias” e estariam prejudicando o comércio dos EUA.
Em reação, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que a medida é “inacreditável”. Em discurso durante evento em Brasília, Costa ainda afirmou que a resposta do Brasil ao ‘tarifaço’ de Trump será dada com serenidade e diálogo, mas também com firmeza e altivez.
Já no início da tarde de hoje (16), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que o governo brasileiro enviou uma carta ao governo norte-americano com um pedido de diálogo sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Altas e quedas no Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por GPA (PCAR3), com alta de mais de 10%. As ações foram impulsionadas pelo aumento da participação da família Diniz, fundadora do grupo, na empresa.
De acordo com comunicado, os acionistas André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz passaram a deter 86.727.900 ações ordinárias, o equivalente a 17,7% do capital da companhia.
Entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) interrompeu a sequência de perdas e subiu quase 1% na esteira do minério de ferro. O contrato mais líquido da commodity, para setembro, fechou em alta de 1,05%, cotado a 773 yuans (US$ 107,76) por tonelada.
Já a ponta negativa foi liderada por Usiminas (USIM5) em reação ao rebaixamento da recomendação pelo Goldman Sachs. O banco reduziu a classificação das ações de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 8,40 para R$ 5,20.
“Apesar dos recentes ganhos no preço das ações e na rentabilidade, acreditamos que a Usiminas ainda enfrenta desafios cíclicos e estruturais significativos”, escreveram os analistas em relatório.
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Os índices de Wall Street encerraram em alta com Nasdaq renovando o recorde nominal.
Rumores de demissão do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, voltaram a movimentar o mercado. De acordo com a mídia norte-americana, o presidente Donald Trump planeja anunciar a saída do Powell em breve. Segundo o New York Times, o chefe da Casa Branca chegou a redigir uma carta para demitir Powell.
Contudo, Trump negou os rumores. “Não descarto nada, mas é altamente improvável”, disse Trump, referindo-se à possibilidade de destituir o chefe do Fed. “Não, não estamos planejando fazer isso.”
O chefe da Casa Branca, porém, voltou a atacar Powell por não reduzir os juros.
“Pessoas querendo uma hipoteca, pessoas querendo comprar uma casa. Ele é um péssimo presidente do Fed”, disse Trump. “Acho altamente improvável, a menos que ele tenha que sair. Fraude é possível. Há fraude envolvida na reforma de US$ 2,7 bilhões. É uma reforma.”
Trump e membros do governo têm criticado as reformas na sede do Fed em Washington recentemente. Esse movimento levantou suspeitas de que o presidente norte-americano tente destituir Powell por justa causa.
Em segundo plano, os investidores reagiram aos dados de inflação. O índice de preços ao produtor (PPI) permaneceu estável. Os economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2%, depois de avanço de 0,1% relatado anteriormente em maio.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,53%, aos 44.254,78 pontos;
- S&P 500: +0,32%, aos 6.263,70 pontos;
- Nasdaq: +0,26%, aos 20.730,49 pontos — no maior nível nominal histórico.
Na Ásia, os índices tiveram uma sessão negativa em reação ao acordo entre os Estados Unidos e a Indonésia. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,04%, e o Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,29%.
Na Europa, os mercados também encerraram em queda com incertezas sobre as negociações comerciais entre os EUA e a União Europeia. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com recuo de 0,57%, aos 541,84 pontos.