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Ibovespa recua aos 138 mil pontos com Vale (VALE3) e escalada de tensão no Oriente Médio; dólar sobe a R$ 5,49

17 jun 2025, 17:23 - atualizado em 17 jun 2025, 17:28
Queda-Ibovespa-fundos imobiliários
O Ibovespa acompanhou a cautela externa com a escalada das tensões no Oriente Médio e expectativa para a Super Quarta (Imagem: iStock/hernan4429)

Um dia após encostar nos 140 mil pontos, Ibovespa (IBOV) acompanhou o aumento da aversão a risco do exterior em meio a rumores de envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã. O mercado também fez ajustes de olho na “Super Quarta”.

Nesta terça-feira (17), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 138.840,02 pontos, com queda de 0,30%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4968, com alta de 0,20% ante o real.

No cenário doméstico, os investidores acompanharam, em segundo plano, as movimentações em Brasília. Na noite de ontem (16), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência da proposta legislativa que prevê a derrubada do decreto do governo de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A proposta, porém, só deve ser analisada pelos deputados no início de julho, em cumprimento do acordo entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), líderes partidários e os ministros das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, Rui Costa.

As expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) também movimentaram a sessão. Na atualização mais recente, o contrato de Opções de Copom da B3 aponta a chance de 61% de o Banco Central elevar os juros em 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 15% ao ano.

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Altas e quedas no Ibovespa 

O Ibovespa enfrentou um “cabo de guerra” dos pesos-pesados na sessão desta terça-feira (17). As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuperaram parte das perdas da véspera e subiram mais de 2%, assumindo a dianteira do índice, na esteira da disparada do petróleo.

Do outro lado, Vale (VALE3) encerrou o dia com queda de mais de 4%, em meio as preocupações sobre as tensões geopolíticas e a fraqueza do minério de ferro.

A ponta negativa, porém, foi liderada por Usiminas (USIM5). Além da commodity, os papéis da mineradora foram pressionados pelo rebaixamento da recomendação das ações para market perform pelo Itaú BBA. 

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street apagaram os ganhos da véspera com aumento das tensões geopolíticas e expectativa de decisão sobre a política monetária do país.

No início da tarde desta terça-feira (17), os veículos de imprensa dos Estados Unidos passaram a reportar um possível envolvimento direto do país no conflito entre Israel e Irã.

A Axios noticiou que presidente norte-americano, Donald Trump, está “considerando seriamente” juntar-se à guerra contra o Irã. Segundo o portal, Trump pode lançar um ataque contra as instalações nucleares iranianas.

Na mesma linha, a CNN informou que o chefe da Casa Branca “está se desanimando” com a ideia de uma solução diplomática para acabar com o crescente conflito de Teerã com Israel.

Já a Reuters divulgou que os EUA estão enviando mais aviões de combate para o Oriente Médio e ampliando o envio de outros aviões de guerra, reforçando as forças militares do país na região.

As informações ainda não foram confirmadas pela Casa Branca, mas Trump pediu “rendição incondicional” de Teerã após afirmar que os EUA sabiam a localização do líder supremo do Irã — mesmo que não fossem matá-lo “por enquanto”.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,84%, aos 5.982,72 pontos; 
  • Dow Jones: -0,70%, aos 42.215,80 pontos;
  • Nasdaq: -0,91%, aos 19.521,09 pontos.

Na Ásia, os índices fecharam sem direção única com as atenções divididas entre conflito entre Israel e Irã e a decisão do Banco do Japão (BoJ) em manter os juros inalterados em 0,50% ao ano, como o esperado. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,59%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,34%.

Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com queda de 0,85%, aos 542,26 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.