Mercados

Ibovespa cai mais de 1% com temor de novas tarifas dos EUA sobre o Brasil; dólar sobe a R$ 5,58

18 jul 2025, 17:24 - atualizado em 18 jul 2025, 17:40
Queda-Ibovespa-fundos imobiliários
O Ibovespa voltou a cair com temor de escalada da crise comercial entre Brasil e EUA após ação da Polícia Federal contra Bolsonaro (Imagem: iStock/hernan4429)

O Ibovespa (IBOV) perdeu mais de 2,2 mil pontos em uma única sessão com novos desdobramentos no cenário político brasileiro e temor de novas tarifas de Trump sobre os produtos brasileiros, além do vencimento de opções.

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Nesta sexta-feira (18), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 1,61%, aos 133.381,58 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou recuo de 2,06%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5876, com alta de 0,73%

No cenário doméstico, os investidores operaram cautelosos por uma possível escalada das tensões comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, com a escalada das ameaças de taxação aos produtos brasileiros pelo presidente norte-americano Donald Trump em retaliação à ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro,em cumprimento de ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STFAlexandre de Moraes.

Ontem (17), Trump enviou uma carta a Bolsonarovinculando novamente a adoção de tarifa comercial sobre os produtos do Brasil ao seu julgamento por tentativa de golpe de Estado. Contudo, o chefe da Casa Branca não comentou sobre a decisão de Moraes.

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Mas no final da tarde de hoje (18),  o presidente dos EUA voltou a afirmar que o Brics “tenta acabar com a dominância do dólar” e ameaçou aplicar uma tarifa de 10% sobre todos os países que formam o bloco econômico: BrasilRússiaÍndiaChina e África do Sul e que tem EgitoEtiópiaIndonésiaIrã e Emirados Árabes Unidos como membros desde o ano passado.

Até o momento está prevista a taxa de 50% sobre os produtos brasileiros à importação nos EUA com vigência a partir de 1º de agosto.

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Altas e quedas no Ibovespa

Os pesos-pesados foram os destaques na ponta negativa do Ibovespa. Com a escalada da aversão a risco, os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) engataram a segunda forte baixa consecutiva. Os bancos e  Embraer (EMBR3) também caíram mais de 1%. Ainda entre as blue chips, apenas Vale (VALE3)tem leve alta apoiada pelo desempenho do minério de ferro.

A ponta negativa do Ibovespa, porém, foi liderada por Braskem (BRKM5), após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar uma possível venda da fatia da empresa pertencente à Novonor (ex-Odebrecht) ao fundo Petroquímica Verde, ligado ao empresário Nelson Tanure.

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Já ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Engie (EGIE3). Os papéis do setor elétrico tendem a subir em cenário de incertezas por serem considerados “defensivos” e bons pagadores de dividendos.

Na semana, GPA (PCAR3) foi a ação com melhor desempenho no Ibovespa, impulsionada pelo aumento da participação da família Coelho Diniz na empresa. Já Braskem (BRKM5)  foi o papel que mais caiu no acumulado dos últimos cinco pregões.

Exterior 

Os índices de Wall Street encerraram a sessão sem direção única. Nasdaq, mais uma vez, renovou o recorde de fechamento.

As negociações tarifárias continuam no holofote do mercado. Hoje (18), o presidente Donald Trump afirmou que o país ainda tem “grandes acordos comerciais para anunciar muito em breve”, durante a cerimônia de assinatura do projeto de lei que regula as stablecoins nos EUA, chamando de GENIUS Act. 

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O Financial Times divulgou que Trump está exigindo uma tarifa mínima entre 15% a 20% nas negociações com a União Europeia. No fim de semana passado, o chefe da Casa Branca anunciou uma tarifa de 30% sobre os produtos fabricados pelos países-membros do bloco.

No cenário corporativo, os balanços também concentraram as atenções dos investidores. As ações da Netflix caíram mais de 4% em reação aos resultados trimestrais divulgados na noite de ontem (17).

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: -0,32%, aos 44.342,19 pontos;
  • S&P 500: -0,01%, aos 6.296,79 pontos; 
  • Nasdaq: +0,05%, aos 20.895,66 pontos — no maior nível nominal histórico.

Na Ásia, os índices sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,21%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,33%.

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Na Europa, os mercados terminaram o pregão em tom misto com expectativas de acordo tarifário entre Estados Unidos e União Europeia e reação a balanços corporativos. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou esta sexta-feira com leve queda de 0,04%, aos 546,79 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.