Ibovespa engata alta com alívio nas tensões entre Estados Unidos e China; dólar cai a R$ 5,37

O Ibovespa (IBOV) iniciou a semana em alta com o apetite ao risco dos investidores no mercado externo em meio ao alívio nas tensões entre Estados Unidos e China.
Nesta segunda-feira (20), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,77%, aos 144.509,32 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3708, com baixa de 0,64%.
No cenário doméstico, o mercado reagiu à redução das estimativas para a inflação em 2025. Os economistas consultados pelo Banco Central agora projetam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,70% em dezembro — ainda acima do teto da meta, de 4,5%, de acordo com o Boletim Focus desta segunda-feira (20).
Ao longo da tarde, o governo lançou um programa com R$ 40 bilhões em crédito para reforma de casas no país que envolverá recursos do Fundo Social e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Inicialmente, o programa Reforma Casa Brasil beneficiará moradores de áreas urbanas em capitais, municípios com mais de 300 mil habitantes, ou que façam parte de arranjos populacionais com esse porte.
Os investidores ainda ficaram à espera e medidas de compensação após a derrubada pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e de empresas de apostas esportivas (bets) como alternativa às mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Cogna (COGN3) foram destaque na ponta positiva e lideraram os ganhos do principal índice da bolsa brasileira.
As expectativas para o segundo semestre, corte na projeção de inflação para este ano e alívio na curva de juros futuros deram impulso para a educacional.
Em relatório, a Ágora Investimentos/Bradesco BBI destaca que a Cogna reforçou a sua visão positiva para o segundo semestre de 2025 e para o próximo ano, em uma recente reunião com investidores realizada em São Paulo.
Já a ponta negativa foi liderada por Fleury (FLRY3) após a companhia confirmar negociações com a Rede D’or (RDOR3) e o interesse em outros nomes para expandir sua atuação no segmento de medicina diagnóstica.
Ontem (19), o colunista Lauro Jardim, de O Globo, noticiou o início de negociações entre a Rede D’or e a Aliança, de Nelson Tanure, e a Dasa, após uma suposta suspensão das negociações para compra do laboratório Fleury por discordar do preço pedido.
Entre os pesos-pesados, os bancos acompanharam o movimento do exterior e recuperaram as perdas da última sessão.
Petrobras (PETR4;PETR3) fechou em leve alta na contramão do desempenho do petróleo. A estatal recebeu a licença ambiental do Ibama para iniciar a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059.
Localizado em águas profundas do Amapá, o bloco está a cerca de quinhentos quilômetros da Foz do Rio Amazonas e a cento e setenta e cinco quilômetros da costa, na Margem Equatorial brasileira.
Vale (VALE3) também terminou o dia no “azul” com apetite ao risco externo na expectativa de um acordo comercial entre Estados Unidos e China.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão em alta após resultados trimestrais de bancos regionais mostrarem que o mercado de crédito segue “saudável”.
Em destaque, as ações da Apple atingiram recorde nesta segunda-feira (20), colocando a empresa perto de se tornar a terceira companhia do mundo a atingir um valor de mercado de US$ 4 trilhões. O avanço foi motivado por dados que mostraram forte demanda pelo iPhone 17.
Dados da empresa de pesquisa de mercado Counterpoint mostraram que o iPhone 17 superou seu antecessor nas vendas iniciais na China e nos Estados Unidos, com os modelos da nova linha vendendo 14% mais que a edição anterior do aparelho durante os primeiros 10 dias de comercialização nos dois países.
Hoje (20), o shutdown entrou em sua quarta semana, com mais de dez tentativas de acordos entre Democratas e Republicanos para um novo financiamento do governo. Pela manhã, o diretor do Conselho Econômico Nacional do país e assessor da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que a paralisação “provavelmente terminará ainda esta semana”.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +1,12%, aos 46.706,58 pontos;
- S&P 500: +1,07%, aos 6.735,13 pontos;
- Nasdaq: +1,37%, aos 22.990,54 pontos.
Na Europa, os mercados encerraram em forte alta com recuperação do setor bancário após breve estresse na última sessão. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com avanço de 1,03%, aos 572,10 pontos.
Na Ásia, os índices terminaram o pregão também em tom positivo com novos dados da China e acordo político no Japão.
O PIB da China cresceu 4,8% no período de julho a setembro em comparação ao ano anterior, em linha com as expectativas de analistas consultados pela Reuters. Já no Japão, o Partido Liberal Democrata e o Partido da Restauração do Japão efetivamente chegaram a um acordo para formar um governo de coalizão.
Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, subiu 3,37%, aos 49.185,50 pontos, no maior nível nominal histórico; e o Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 2,42%, aos 25.858,83 pontos.