Ibovespa fecha em alta com Petrobras (PETR4) e retoma os 145 mil pontos; dólar cai
O Ibovespa (IBOV) teve mais um dia de ganhos com apoio das empresas petrolíferas em meio à escalada das tensões geopolíticas e expectativas pelo novo pacote fiscal.
Nesta quinta-feira (23), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,59%, aos 145.720,98 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3861, com queda de 0,20%.
No cenário doméstico, os investidores continuaram à espera de novas medidas fiscais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo enviará dois projetos distintos: um texto tratará exclusivamente do aumento de receitas, com foco na taxação das fintechs e bets, e a outra matéria será voltada a novos cortes e controle de gastos públicos.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje (23) que será candidato a reeleição no próximo ano, em busca de um quarto mandato.
Entre os dados, a arrecadação do governo federal teve alta real de 1,43% em setembro sobre o mesmo mês de 2024, somando R$ 216,727 bilhões, de acordo com dados da Receita Federal,
No acumulado de janeiro a setembro, a arrecadação foi de R$ 2,105 trilhões, ficando 3,49% acima do registrado nos primeiros nove meses de 2024, já descontada a inflação. Os valores de setembro e do acumulado do ano foram os mais elevados da série da Receita, com início em 1995, para os respectivos períodos.
Amanhã (24), o mercado ficará concentrado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia de inflação.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Azzas 2154 (AZZA3) e da Braskem (BRKM5) lideraram os ganhos em um movimento de recuperação.
O destaque da ponta positiva, porém, foi WEG (WEGE3), com o mercado reagindo aos números do terceiro trimestre (3T25). A fabricante reportou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no período entre julho e setembro.
O lucro veio em linha com as expectativas do mercado, que esperava lucro na casa de R$ 1,61 bilhão, segundo estimativas reunidas pela Bloomberg.
Já a ponta negativa foi encabeçada por Magazine Luiza (MGLU3). A varejista foi pressionada pelo anúncio de parceria entre as duas grandes concorrentes: Casas Bahia (BHIA3) e Mercado Livre (MELI34).
O JP Morgan observa que a movimentação coloca seu principal concorrente nas categorias 1P ao lado da plataforma de e-commerce líder no Brasil, com potencial para ampliar o alcance da Casas Bahia entre os consumidores brasileiros.
“Vemos o anúncio como um possível vento contrário para a Magalu, já que a Casas Bahia está se associando ao principal player no canal digital, e acreditamos que algum tipo de exclusividade pode ter sido acordado”, avaliam analistas da XP Investimentos.
Entre os pesos-pesados, os bancos terminaram a sessão sem direção única. Petrobras (PETR4;PETR3) subiu mais de 1% acompanhando o salto do petróleo Brent no mercado internacional. Já Vale (VALE3) realizou parte dos ganhos da véspera e fechou em leve queda.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão em alta, em recuperação das perdas da véspera com balanços corporativos e expectativa de encontro entre o presidente Donald Trump e líder chinês Xi Jinping.
Na tarde desta quinta-feira (23), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump se reunirá com Xi Jinping, na próxima quinta-feira (30), na Coreia do Sul.
Ainda nas questões geopolíticas, o mercado acompanhou a escalada de tensão entre os Estados Unidos e a Rússia, após o governo norte-americano impor novas sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, Lukoil e Rosneft, citando “a falta de comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia”.
No cenário corporativo, as ações da Tesla (TSLA) tiveram um dia de perdas após a gigante de carros elétricos divulgar lucros aquém das estimativas do mercado no terceiro trimestre (3T25).
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,31%, aos 46.734,61 pontos;
- S&P 500: +0,59%, aos 6.739,20 pontos;
- Nasdaq: +0,88%, aos 22.942,05 pontos.
Na Europa, os mercados encerraram em alta com balanços corporativos — com destaque para o setor de luxo. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,37%, aos 574,43 pontos — no maior nível nominal histórico.
Na Ásia, os índices terminaram o pregão sem direção única. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, recuou 1,35%, aos 48.641,61 pontos; e o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,72%, aos 25.967,98 pontos.