Mercados

Ibovespa recupera fôlego e sobe 1% com Vale (VALE3) e IPCA-15 abaixo do esperado; dólar recua a R$ 5,49

26 jun 2025, 17:28 - atualizado em 26 jun 2025, 17:38
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O Ibovespa foi impulsionado pela recuperação das ações da Vale (VALE3), derrubada do decreto de alta no IOF e IPCA-15 abaixo do esperado (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) recuperou o ritmo de ganhos com uma combinação de fatores considerados positivos pelo mercado: derrubada do decreto do governo que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiros (IOF) pelo Congresso, desaceleração da prévia da inflação e índices de Wall Street próximos das máximas históricas.

Nesta quinta-feira (26), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,99%, aos 137.113,89 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4986, com queda de 1,02% ante o real.

No cenário doméstico, o cenário fiscal concentrou as atenções. Ontem (25), o Congresso derrubou a elevação do aumento do IOF com a aprovação de um projeto de decreto legislativo (PDL).

No final da tarde, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que a derrubada da medida tributária gera impacto fiscal relevante em 2025, de R$ 12 bilhões.

Além da decisão sobre o IOF, o mercado também reagiu ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Considerado a prévia da inflação oficial, o índice subiu 0,26% em junho — abaixo do esperado e mostrou uma desaceleração frente a maio, quando o IPCA-15 subiu 0,36%.

Banco Central (BC) atualizou as projeções macroeconômicas para este ano. Entre elas, o BC elevou a estimativa para Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9% para 2,1% neste ano, segundo o Relatório de Política Monetária (RPM).

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Altas e quedas no Ibovespa

As ações da Vale (VALE3), um dos pesos-pesados do Ibovespa, subiram mais de 3% e puxaram o índice para o tom positivo, em recuperação das perdas da véspera e na esteira da valorização do minério de ferro. O contrato mais negociado da commodity, com vencimento em setembro, teve avanço de 0,64%, a 705,5 yuans (US$ 98,30) por tonelada, em Dalian, na China.

Ainda entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) também fechou em alta com o petróleo. Os contratos mais líquidos do Brent, com vencimento em setembro, encerraram a sessão com alta de 0,39%, a US$ 66,69 o barril na International Exchange (ICE), em Londres.

A ponta positiva do índice, porém, foi liderada por Azzas 2154 (AZZA3), em dia positivo para as ações cíclicas com o alívio na curva de juros futuros — com a desaceleração do IPCA-15.

Já a ponta positiva foi liderada por Localiza (RENT3). Os papéis da locadora de automóveis foram pressionados com possíveis cortes no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com motor 1.0 — medida que está em estudo pelo governo, segundo o Valor Econômico.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street operaram próximos às máximas históricas. Durante o pregão, o Nasdaq renovou o recorde intradia aos 20,093.65 pontos. 

O forte apetite ao risco foi, mais uma vez, embalado pelas ações de tecnologia. Os papéis da Nvidia (NVDA) operam nas máximas com a perspectiva dos investidores de que os controles de exportação da China não prejudicarão as perspectivas da empresa em IA. Na véspera (25), a companhia de semicondutores voltou ao posto de empresa mais valiosa do mundo.

Com o alívio das tensões no Oriente Médio, o impacto das tarifas impostas pelo presidente dos  Estados Unidos, Donald Trump, voltaram ao centro das atenções dos investidores. A pausa temporária nas taxas recíprocas expira em 9 de julho.

Hoje (26), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, minimizou os prazos de fim da trégua tarifária. “O prazo não é crítico”, disse ela . “Talvez possa ser prorrogado, mas essa é uma decisão que cabe ao presidente.”

Além disso, os agentes financeiros elevaram as apostas de corte nos juros pelo  Federal Reserve (Fed). Os operadores agora precificam uma chance de quase 25% de o Fed cortar os juros já em julho, em comparação com 12,5% na semana passada, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,80%, aos 6.141,02 pontos; 
  • Dow Jones: +0,94%, aos 43.386,84 pontos;
  • Nasdaq: +0,97%, aos 20.167,91 pontos.

Na Ásia, os índices fecharam sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, teve alta de 1,65%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,61%.

Na Europa, os índices terminaram a sessão em alta com o reforço da aliança da OTAN. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,09%, aos 537,48 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.