Mercados

Ibovespa cai com Petrobras (PETR4) e IPCA-15 acima do esperado; dólar sobe a R$ 5,43

26 ago 2025, 17:20 - atualizado em 26 ago 2025, 17:53
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(Imagem: iStock/hernan4429)

O Ibovespa (IBOV) voltou ao território negativo após dados de inflação ficarem acima do esperado pelo mercado. A tensão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) também foram fonte de cautela dos investidores.

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Nesta terça-feira (26), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,18%, aos 137.771,39 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4345, com alta de 0,37%

No cenário doméstico, os investidores reagiram a novos dados de inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) recuou 0,14% em agosto — desaceleração menor que a esperada. Segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast, esperava-se uma queda de 0,21% neste mês. Apesar disso, trata-se da primeira deflação desde julho de 2023.

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Na avaliação do Itaú BBA, o dado trouxe surpresas altistas em energia elétrica residencial, cursos regulares, alimentação fora do domicílio e higiene pessoal no dado considerado a prévia da inflação. Para o banco, IPCA-15 não muda o cenário base de inflação de 5,1% neste ano, com serviços subjacentes próximos de 7%.

Já a Warren destacou que, apesar da deflação, a leitura veio pior do que o esperado, sobretudo pelos núcleos de serviços mais elevados. Para os economistas da casa, a aceleração dos núcleos “levanta um sinal de alerta”.

“A grande questão agora é como o mercado vai precificar a política monetária. Existe uma percepção crescente de que a inflação já está bastante controlada e o Banco Central poderia antecipar cortes de juros”, disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Altas e quedas do Ibovespa

As ações da Minerva (BEEF3) lideraram os ganhos do Ibovespa (IBOV) de cerca de 3%, impulsionadas pela visão otimista do Itaú BBA sobre a companhia. Para os analistas, a perspectiva positiva é reforçada pela “forte” geração de caixa.

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“Após a divulgação da dinâmica do fluxo de caixa do segundo trimestre durante a teleconferência, a administração expressou confiança na geração de caixa do ano fiscal de 2025 e mencionou a possibilidade de uma distribuição de dividendos de aproximadamente R$ 600 milhões até o início de 2026”, escreveram Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama. 

Para eles, potenciais desinvestimentos de ativos não essenciais também podem ser uma opção para apoiar a trajetória de desalavancagem da empresa.

GPA (PCAR3) estendeu os ganhos do avanço ainda com expectativas de mudanças no conselho de administração da companhia. A família Coelho Diniz elevou a participação para 24,6% e pediu a convocação de assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir a destituição da atual composição e eleição de novos membros para o conselho.

Já a ponta negativa foi liderada por MRV (MRVE3), pressionada pela abertura da curva de juros futuros e risco sobre os planos da Resia, na avaliação do Citi. “O mercado multifamily americano continua saudável em ocupação, mas as restrições de preço e a concorrência dos fundos como compradores dificultam que a MRV alcance, no curto prazo, os valuations agressivos previstos para a venda de ativos da Resia”, disse o banco em relatório.

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Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR3; PETR4) fechou em queda na esteira do petróleo, que recuou mais de 2%. Já Vale (VALE3) teve leve alta na contramão do minério de ferro.

Exterior 

Os índices de Wall Street fecharam a sessão em alta à espera de resultados de Nvidia (NVDA). As ações da companhia subiram mais de 1%.

O resultado da operação da companhia na China será o foco dos investidores no balanço da companhia, que será divulgado hoje após o fechamento dos mercados. No ano passado, a China foi responsável por 13% da receita da Nvidia.

A pioneira em chips de inteligência artificial concordou recentemente em pagar uma alíquota de 15% sobre a receita das vendas feitas na China ao governo norte-americano em troca de licenças de exportação.

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Enquanto isso, a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) se intensificou e concentrou as atenções do dia. Na noite de ontem (25), Trump demitiu a diretora Lisa Cook por alegações de impropriedade em empréstimos hipotecários.

Já nesta terça-feira (26), Cook rebateu a decisão afirmando que Trump  não tem autoridade para afastá-la e disse que entrará com uma ação judicial para impedir sua demissão.

Já no final da tarde, Trump respondeu e disse que está preparado para uma disputa judicial com a diretora.

O Federal Reserve também se manifestou sobre o embate. A autoridade monetária afirmou que obedecerá qualquer decisão judicial. “Vamos continuar a exercer as atribuições previstas em lei”, disse o BC norte-americano.

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“Longos mandatos e proteções contra destituição de governadores servem como uma salvaguarda vital, garantindo que as decisões de política monetária sejam baseadas em dados, análises econômicas e nos interesses de longo prazo do povo americano”, afirmou um porta-voz do Fed.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: +0,30%, aos 45.418,07 pontos;
  • S&P 500: +0,41%, aos 6.465,94 pontos; 
  • Nasdaq: +0,44%, aos 21.544,27 pontos.

Na Europa, os principais índices encerraram a sessão em queda com o agravamento da crise política na França em meio debates orçamentários do país. O  primeiro-ministro François Bayrou defende que são necessários cortes de  44 bilhões de euros (US$ 51 bilhões) em gastos públicos para  reduzir o déficit francês, que totalizou 5,8% do PIB em 2024.

O ministro da Economia e Finanças francês, Eric Lombard, porém, descartou a possibilidade de uma intervenção internacional para resgatar o país financeiramente. O índice CAC 40, de Paris, fechou em queda de quase 2%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,83%, aos 554,20 pontos.

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Na Ásia, os índices fecharam em queda com novas ameaças tarifárias de Trump. Entre os principais, o Nikkei, do Japão, caiu 0,97% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 1,18%.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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