Mercados

Ibovespa cai 1% e fecha no menor nível em 4 meses com impasse tarifário entre Brasil-EUA; dólar sobe a R$ 5,58

28 jul 2025, 17:38 - atualizado em 28 jul 2025, 17:46
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O Ibovespa completou a 3ª sessão consecutiva de perdas com impasse nas negociações tarifárias entre Brasil e EUA (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O impasse nas negociações comerciais entre Brasil e os Estados Unidos pressionaram mais uma vez o Ibovespa (IBOV), mesmo com novos recordes em Wall Street.

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Nesta segunda-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 1,04%, aos 132.129,26 pontos — no menor nível desde março. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5899, com alta de 0,50%

No cenário doméstico, as movimentações do governo nas negociações com a Casa Branca concentraram as atenções.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao presidente dos Estados UnidosDonald Trump, que reflita sobre a importância do Brasil e negocie as tarifas comerciais impostas ao país, em discurso durante cerimônia da inauguração de usina termelétrica a gás natural no Estado do Rio de Janeiro.

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Os investidores também operaram à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco CentralA expectativa do mercado é de manutenção dos juros em 15% ao ano.

Na atualização mais recente, datada da última sexta-feira (25), a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 96,11% de chances de manutenção da Selic, contra 2,85% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base.

No Boletim Focus desta segunda-feira (28), os economistas ouvidos pelo BC cortaram a projeção para a inflação de 5,10% e 4,45% em 2025. A aposta para o câmbio também caiu de R$ 5,65 para R$ 5,60 em dezembro deste ano.

O BC ainda divulgou novos dados sobre o mercado de crédito. Segundo a autarquia,  as concessões de crédito caíram 3,1% em junho ante maio, com recuo de 7,5% no segmento de empresas e alta de 1,4% para pessoas físicas.

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Na avaliação do diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, as condições de crédito no Brasil continuarão a enfrentar “ventos contrários nos próximos meses”.

Altas e quedas no Ibovespa

No Ibovespa, a ponta negativa foi liderada pelas companhias de varejo, pressionadas pela queda na concessão de crédito e avanço dos juros futuros. Vivara (VIVA3) figurou como a ação com pior desempenho da sessão, com baixa de mais de 5%.

Entre os pesos-pesados, o tom foi misto: Petrobras (PETR3;PETR4) subiu na esteira do petróleo Brent. O contrato mais líquido da commodity fechou em alta de 2,45%, a US$ 69,32 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres, com novas ameaças de Trump à Rússia em prol de um cessar-fogo com a Ucrânia.

Já as ações da Vale (VALE3) caíram quase 1% em linha com o desempenho do minério de ferro.

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A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por São Martinho (SMTO3). Os papéis da companhia reagiram ao anúncio de pagamento de juros sobre capital próprio (JCP). Na noite da última sexta-feira (25), o conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 150 milhões em JCP, equivalente a R$ 0,456512899 por ação.

O pagamento dos proventos será destinado aos acionistas com posição acionária em 30 de julho e as ações passam a ser negociadas ex-JPC no dia seguinte, 31.

Exterior 

Os índices de Wall Street fecharam sem direção única com as negociações tarifárias entre os Estados Unidos e os países parceiros, balanços e expectativa para a decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

S&P 500 e Nasdaq, mais uma vez, renovaram os recordes históricos de fechamento.

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Ontem (27), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um acordo tarifário com a União Europeia (UE). Os produtos produzidos por países-membros do bloco econômico serão taxados em 15%, além de compras de energia e equipamentos militares norte-americanos e US$ 6000 bilhões em investimentos da UE nos EUA.

Na ocasião, o chefe da Casa Branca também afirmou que não irá adiar o prazo para impor as tarifas de importação aos parceiros comerciais.

Até agora, os EUA firmaram acordos com Reino Unido, Japão, Indonésia e Filipinas, além da UE.

Já nesta segunda-feira (28), representantes comerciais dos EUA e da China retomaram as negociações, que devem continuar ao longo desta semana.

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Confira o fechamento dos índices: 

  • Dow Jones: -0,14%, aos 44.837,56 pontos;
  • S&P 500: +0,02%, aos 6.389,77 pontos — no maior nível nominal; 
  • Nasdaq: +0,33%, aos 21.178,58 pontos — no maior nível nominal.

Na Ásia, os índices encerraram a sessão sem direção única na expectativa de um acordo entre EUA e China. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 1,10%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve ganho de 0,68%.

Na Europa, os mercados terminaram o pregão em queda com os investidores avaliando o acordo EUA-UE. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 0,22%, aos 548,76 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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