Ibovespa avança com Petrobras (PETR4) e Embraer (EMBR3) na véspera da Super Quarta; dólar cai a R$ 5,56

O Ibovespa (IBOV) destoou do tom negativo dos índices de Wall Street à espera da Super Quarta e com a renovação do otimismo nas negociações comerciais entre Brasil e os Estados Unidos.
Nesta terça-feira (29), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,45%, aos 132.725,68 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5695, com queda de 0,36%.
No cenário doméstico, as movimentações do governo nas negociações com a Casa Branca seguiram nos holofotes dos investidores.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua, afirmou que o governo trabalha em duas frentes para encontrar uma “solução” para o tarifaço.
Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o “plano de contingência” para fazer frente à eventual tarifação dos EUA inclui medidas de socorro a empresas afetadas.
A medida também não traz retaliações à Casa Branca e, segundo o ministro, respeita acordos internacionais, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a relação histórica do Brasil com os EUA. “A resposta vai ser dada com altivez e soberania”, disse o chefe da pasta econômica.
Amanhã (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter os juros inalterados em 15% ao ano.
Na atualização mais recente, datada da última segunda-feira (28), a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 96,17% de chance de manutenção da Selic, contra 2,85% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base.
Altas e quedas no Ibovespa
Apesar do tom misto das blue chips, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) impulsionaram os ganhos do Ibovespa na esteira do petróleo Brent. O contrato mais líquido da commodity fechou em alta de mais de 3%, com o barril acima de US$ 71, com novas ameaças de Trump à Rússia em prol de um cessar-fogo com a Ucrânia.
O presidente dos EUA deu um prazo de 10 dias, contados a partir desta terça-feira, para o presidente russo, Vladimir Putin, declarar o fim da guerra. Segundo ele, caso não haja recuo de Moscou, o país será penalizado com tarifas.
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Embraer (EMBR3) com a expectativa de que a companhia seja ‘poupada’ do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
Pela manhã, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o governo brasileiro está dialogando com a Embraer sobre meios de preservar a empresa dos efeitos tarifários. “A Embraer sabe que tudo que poderá ser feito e ao nosso alcance vamos fazer”, afirmou.
Já a ponta negativa foi liderada por Magazine Luiza (MGLU3) com a decisão do Copom em manter a Selic a 15% ao ano no radar.
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Os índices de Wall Street fecharam em queda na expectativa para a decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), reação a balanços e negociações comerciais com a China.
Hoje (28), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, teve uma “reunião muito boa” com os negociadores chineses para um eventual acordo tarifário.
Bessent também afirmou que as negociações comerciais entre os EUA e a China foram “abrangentes, robustas e altamente satisfatórias”. O futuro do aplicativo de vídeos curtos TikTok e o movimento das autoridades de Taiwan não foram discutidos no encontro desta terça-feira (28).
O secretário ainda disse que a “palavra final” sobre o acordo dos dois países é de Trump.
Sobre a política monetária, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) deve manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50%, apesar das pressões de Trump para uma redução.
Os agentes financeiros veem 97,9% de manutenção da taxa ante 2,1% de probabilidade de corte de 25 pontos-base, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: -0,46%, aos 44.632,09 pontos;
- S&P 500: -0,30%, aos 6.370,86 pontos;
- Nasdaq: -0,38%, aos 21.098,29 pontos.
Na Ásia, os índices encerraram a sessão sem direção única na expectativa de um acordo entre EUA e China. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 0,79%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,15%.
Na Europa, os mercados terminaram o pregão em alta com repercussão dos balanços corporativos. Entre os resultados, as ações da Philips subiram mais de 10% e lideraram os ganhos do índice pan-europeu Stoxx 600 após a companhia reduzir a projeção do impacto das tarifas de importação aos EUA em seus resultados. O Stoxx 600 fechou com alta de 0,29%, aos 550,36 pontos.