Ibovespa supera os 141 mil pontos e fecha na máxima histórica com Embraer (EMBR3); dólar cai no menor nível em 13 meses

O Ibovespa (IBOV) pegou caronas nas máximas históricas de Wall Street, superou os 141 mil pontos pela primeira vez e registrou duplo recorde.
Nesta quinta-feira (3), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 1,35%, aos 140.927,86 pontos, no maior nível nominal da história. O recorde anterior foi registrado em 20 de maio, quando fechou aos 140.109,63 pontos.
Durante a sessão, o Ibovespa também renovou a máxima nominal intradia ao atingir os 141.303,55 pontos (+1,62%).
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4050, com queda de 0,28% — no menor nível desde junho de 2024.
No cenário doméstico, os investidores concentraram as atenções nas movimentações corporativas. O mercado seguiu monitorando a tensão entre o Executivo e o Legislativo sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Altas e quedas no Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Engie (EGIE3). O destaque, porém, ficou com a Embraer (EMBR3), após a companhia divulgar seus dados operacionais do segundo trimestre de 2025.
Entre abril e junho, a fabricante entregou 61 aeronaves, número 30% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e 103% acima do primeiro trimestre deste ano. Considerando apenas os segmentos executivo e comercial, foram 57 jatos entregues.
Na avaliação do Bradesco BBI, as entregas foram positivas. “Em nossa visão, isso mostra que a Embraer avança no nivelamento da produção, principalmente no segmento de aviação executiva. Vemos isso como uma redução significativa do risco para a Embraer cumprir sua orientação de entrega de jatos executivos para 2025 e para os próximos anos”, escreveram os analistas André Ferreira e Wellington Lourenço em relatório.
Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) fechou em alta pela segunda sessão consecutiva na contramão do petróleo.
As ações da Vale (VALE3) iniciaram a sessão com forte alta na esteira do minério de ferro, mas inverteram o sinal ao longo da sessão em realização dos ganhos recentes. A mineradora acumula alta de quase 5% no ano.
A ponta negativa foi liderada por BRF (BRFS3), em meio a incertezas sobre a fusão com a Marfrig. Segundo o colunista Lauro Jardim d’O Globo, a 1ª Vara Empresarial de São Paulo liberou a realização das Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE) das duas companhias para votar a proposta de combinação de negócios.
A decisão veio após o pedido de suspensão feito por acionistas minoritários da BRF, entre eles Previ, Alex Fontana e Latache Capital, ter sido negado pela Justiça.
Eles alegavam conflito de interesses, falta de independência nos comitês que analisaram a operação e ausência de informações suficientes para o preço de troca. Mas, para o juiz do caso, não há impedimento legal para que a Marfrig vote na assembleia, os comitês foram formados conforme as regras da Lei das S.A., e os minoritários continuam protegidos pelo direito de recesso, caso discordem da operação.
Na avaliação da Ativa Investimentos, a notícia é “neutra”, visto que não alterou a principal questão negativa para os acionistas BRF, que é a relação de troca.
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Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam em forte alta. S&P 500 e Nasdaq renovaram as máximas históricas pela segunda vez consecutiva após o relatório oficial de empregos, o payroll, reforçar a percepção de que a economia dos Estados Unidos segue forte mesmo com as mudanças nas políticas comercial e fiscal.
Confira como fecharam os índices de Nova York:
- Dow Jones: +0,77%, aos 44.828,53 pontos;
- S&P 500: +0,83%, aos 6.279,35 — maior nível histórico;
- Nasdaq: +1,02%, aos 20.601,10 pontos — maior nível histórico.
Na Ásia, os índices fecharam sem direção única com a reação ao acordo entre os EUA e o Vietnã firmado ontem (2). O índice Nikkei, do Japão, interrompeu a sequência de perdas e terminou o dia com leve avanço de 0,06%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,63%.
Na Europa, os índices acompanharam Wall Street e encerraram a sessão em alta com expectativas sobre as negociações comerciais dos Estados Unidos com a União Europeia com a proximidade do fim da trégua das tarifas.
O payroll dos EUA mais forte do que o esperado e a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE) também dividiram as atenções dos investidores. A crise política no Reino Unido seguiu no radar.
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,47%, aos 543,76 pontos.