Ibovespa cai aos 139 mil pontos pressionado por Petrobras (PETR4); dólar recua a R$ 5,45

O Ibovespa (IBOV) engatou a terceira sessão consecutiva de perdas e afastando-se dos níveis recordes em dia de desvalorização do petróleo e tom misto em Wall Street. O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF ficou no radar.
Nesta quarta-feira (3), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,34%, aos 139.683,63 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4529, com queda de 0,40%.
No cenário doméstico, a produção industrial caiu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Nitidamente, a queda é o impacto de uma política monetária contracionista, uma vez que as taxas de juros do país estão em 15% ao ano”, afirmou Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital.
O segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado também dividiu as atenções.
O advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, defendeu que Bolsonaro não atentou contra o Estado Democrático de Direito após ser derrotado na eleição presidencial de 2022 em sua sustentação oral.
“O presidente — e eu vou demonstrar cuidadosamente tratando da questão da minuta — não atentou contra o Estado Democrático de Direito. E não há uma única prova que atrele o presidente a Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e ao 8 de janeiro”, disse Vilardi.
O processo deve durar até a sexta-feira da semana que vem, dia 12.
Altas e quedas do Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa (IBOV) foi liderada por Cosan (CSAN3). O mercado segue precificando um movimento de desinvestimento da Raízen (RAIZ4), que é uma joint venture da companhia com a Shell.
Segundo o Valor, o Grupo Cosan espera propostas vinculantes para vender uma participação na distribuidora até o início de outubro.
Com a alta desta quarta-feira (3), CSAN3 completou a sexta sessão consecutiva de ganhos. A companhia acumula alta de quase 20% no período.
Já a ponta negativa foi liderada por Brava Energia (BRAV3). A petroleira júnior foi pressionada pelo desempenho do petróleo. Os contratos futuros do Brent, com vencimento em novembro, encerraram com queda de 2,23%, a US$ 67,60 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Petrobras (PETR3; PETR4) também recuou na esteira da commodity e recuou quase 1%.
Ainda entre os pesos-pesados, os bancos tiveram um dia negativo após serem questionados pelo Departamento do Tesouro dos EUA sobre as ações envolvendo a Lei Magnitsky.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão sem direção única com expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA). A apelação do presidente Donald Trump para derrubar a decisão sobre a legalidade das tarifas comerciais ficou no radar.
O dado de emprego veio mais fraco do que o esperado. O relatório Jolts, elaborado pelo Departamento do Trabalho do país, mostrou que as vagas de emprego em aberto no país caíram para 7,18 milhões em julho, em comparação com 7,37 milhões estimados pelos economistas consultados pela Reuters.
Além disso, o diretor do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) , Christopher Waller, afirmou que apoiará um corte na taxa de juros neste mês e outras reduções nas próximas decisões, em entrevista à CNBC.
O presidente da unidade do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, também disse que as evidências de um mercado de trabalho mais fraco justificam um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros até o final deste ano.
Em destaque, as ações da Alphabet, dona do Google, e da Apple chegaram a subir mais de 8% após um juiz de Washington decidir, na terça-feira, que o Google não terá que vender seu navegador Chrome, mas terá que compartilhar dados com rivais.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -0,05%, aos 45.271,23 pontos;
- S&P 500: +0,52%, aos 6.448,26 pontos;
- Nasdaq: +1,03%, aos 21.497,72 pontos.
Na Europa, os principais índices encerraram em alta com incertezas sobre o cenário fiscal do Reino Unido e político-econômico da França no radar. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,66%, aos 546,78 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam em queda com retomada das incertezas sobre as tarifas de Trump. Entre os principais, o Nikkei, do Japão, caíu 0,88% e o Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,60%.