Mercados

Ibovespa tem forte queda com PIB e tensão entre EUA-China, mas tem saldo do mês é positivo; dólar sobe a R$ 5,71

30 maio 2025, 17:22 - atualizado em 30 maio 2025, 17:48
recessão - gráfico vermelho
O Ibovespa estendeu as perdas pela 3ª sessão consecutiva com temor de derrota do governo sobre IOF, PIB e tensão comercial entre EUA-China (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) estendeu as perdas pela terceira sessão consecutiva e encerrou a semana em tom negativo, pressionado por novos dados econômicos e o debate sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Nesta sexta-feira (30), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 137.026,62 pontos, com queda de 1,09%. Na semana, o Ibovespa recuou 0,58%. Em maio, o índice acumulou alta de 1,45%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7195, com alta de 0,93% ante o real. A divisa subiu 1,28% na semana e acumulou valorização de 0,76% no mês. 

No cenário doméstico, as incertezas sobre o cenário fiscal aumentaram a aversão a risco dos investidores. Pela manhã, a pesquisa Latam Pulse, da Atlas/Bloomberg, apontou que a desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu para 53,7%, um crescimento de 3,6 pontos percentuais em um mês. Em abril, a mesma pesquisa mostrava que o chefe do Executivo era desaprovado por 50,1% da população.

O mercado também reagiu a novos dados econômicos. Entre eles, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% nos primeiros três meses do ano, puxado pelo agronegócio — principalmente pelas culturas de soja e milho.  O resultado, porém, ficou pouco abaixo do esperado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Altas e quedas no Ibovespa 

As ações da Vamos (VAMO3) ganharam força no início da tarde desta sexta-feira (30) e passaram a liderar a ponta positiva do Ibovespa (IBOV) — apesar do sentimento de aversão a risco dos investidores.

em notícias relevantes sobre a companhia, a Vamos é beneficiada pelas expectativa de safra recorde de grãos — que pode resultar em melhores negociações para a empresa — e após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre desde ano puxado pelo agronegócio, com destaque para a produção de milho e soja. 

Além disso, o Itaú BBA afirmou, em relatório, que tem observado um crescente interesse em Vamos, à medida que os investidores começam a atualizar seus modelos e a avaliar as estimativas de lucros para 2026.

A Azzas 2154 (AZZA3) também se destacou na ponta positiva do Ibovespa após o Itaú BBA elevar o preço-alvo de R$ 47 para R$ 53, o que representa um potencial de valorização de 24,5% sobre o preço de fechamento anterior.

Na visão da equipe de analistas liderada por Rodrigo Gastim, os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) ajudaram os investidores a reconstruir a confiança em um caminho para a lucratividade normalizada. “Se a empresa mantiver o ritmo após o segundo trimestre, acreditamos que as ações deverão ter um bom desempenho durante o segundo semestre do ano”, dizem os analistas.

Já a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Braskem (BRKM5), em realização dos ganhos recentes. Nos últimos dias, os papéis da petroquímica dispararam com a oferta do empresário Nelson Tanure para adquirir o controle a partir da participação da Nonovor na Braskem.

Entre os pesos-pesados, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) acompanharam o desempenho do petróleo e fecharam em queda. A commodity encerrou a segunda semana consecutiva de perdas em meio a incertezas sobre a demanda do óleo.

Vale (VALE3) caiu mais de 2%, na esteira do minério de ferro. O contrato mais líquido do metal precioso caiu 0,43%, a 702 yuans (a US$ 97,69) a tonelada da Bolsa de Dalian, na China, e encerrou o mês em leve queda de 0,35%.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street encerraram o pregão sem direção única, mas os saldos semanal e do mês foram positivos.

Nesta sexta-feira (30), as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China ganhou uma nova escalada. O presidente Donald Trump disse que a China violou um acordo entre os dois países para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais sobre minerais essenciais e emitiu uma nova ameaça velada de que pode ser mais agressivo com Pequim.

No final da tarde, Trump afirmou a jornalistas na sede do governo norte-americano que conversará com o presidente da China, Xi Jinping, e espera resolver suas divergências sobre comércio e tarifas.

As declarações de Trump aconteceram após o secretário do Tesouro, Bessent, afirmar que as negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo “estão um pouco paralisadas”, em uma entrevista à Fox News.

Os dados macroeconômicos também movimentaram o pregão de hoje. Entre eles, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), o indicador inflacionário favorito do Federal Reserve que desacelerou para 2,1% na base anual em abril, um pouco abaixo do 2,2% esperado.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • Dow Jones: +0,19%, aos 42.293,90 pontos;
  • S&P 500: -0,06%, aos 5.907,65 pontos; 
  • Nasdaq: -0,48%, aos 19.082,90 pontos.

Na semana, o S&P 500 avançou 1,50%, enquanto o Dow Jones subiu 1%. O Nasdaq, com forte presença de empresas de tecnologia, avançou 1,90%.

Em maio, o S&P 500 valorizou-se mais de 5%, enquanto o Nasdaq subiu 9,5% no mesmo período, sendo o melhor mês para os índices desde novembro de 2023. O Dow Jones acumulou avanço de 3% no mês.

Compartilhar

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.