Ibovespa bate recorde, mas perde fôlego com Petrobras (PETR4); dólar sobe a R$ 5,32

O Ibovespa (IBOV) começou o pregão em níveis recordes, mas perdeu força na segunda parte da sessão com pressão do petróleo e realização dos ganhos recentes.
Nesta terça-feira (30), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,07%, aos 146.237,02 pontos. Durante a sessão, o Ibovespa renovou a máxima nominal histórica aos 147.578,39 pontos.
Em setembro, o índice acumulou valorização de 3,4%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3230, com leve alta de 0,01%. No mês, a divisa acumulou desvalorização de 1,83% ante o real.
No cenário doméstico, os investidores ficaram atentos à movimentação do exterior — com destaque para o risco de paralisação da máquina pública dos Estados Unidos.
Os dados domésticos ficam em segundo plano. A taxa de desemprego no Brasil ficou estável em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na manhã desta terça-feira (30).
A dívida bruta também ficou estável em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário menor do que o esperado, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.
Já a dívida pública federal subiu 2,59% em agosto ante julho, para R$ 8,145 trilhões, segundo o Tesouro Nacional. Em agosto, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou R$ 7,845 trilhões, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu R$ 300,23 bilhões.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da MRV (MRVE3) se destacaram na ponta positiva após a venda de quatro terrenos nos Estados Unidos por US$ 32 milhões, US$ 2 milhões acima do impairment constituído para os ativos.
Já a ponta negativa foi liderada por Magazine Luiza (MGLU3) engatou o segundo dia de perdas, em realização de ganhos recentes. A varejista acumula valorização de quase 52% no ano.
GPA (PCAR3), porém, foi um dos destaques entre as quedas em reação ao rebaixamento da recomendação pelo Citi. Na mínima do dia, os papéis da companhia chegaram a cair mais de 9%. Magazine Luiza (MGLU3) engata o segundo dia de perdas e opera como a ação mais negociada da B3.
O setor de petróleo também recuou em bloco, pressionado pelo desempenho da commodity em meio a rumores de aumento da oferta global. As ações da Petrobras (PETR4;PETR3), por exemplo, tiveram queda de mais de 1%.
Ainda entre os pesos-pesados, o setor de bancos terminaram a sessão sem direção única e Vale (VALE3) registrou alta a despeito do desempenho do minério de ferro.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram em alta com apoio do setor farmacêutico.
O presidente Donald Trump anunciou que a Pfizer concordou em fornecer remédios com descontos nos EUA, que devem variar entre 50% e 100%. Segundo o chefe da Casa Branca, os medicamentos com descontos ficarão disponíveis para compra no site do governo.
Trump ainda disse que a Pfizer deve investir US$ 70 bilhões nos EUA e que o governo deve firmar novos acordos com outras companhias do setor.
O temor de uma paralisação da máquina pública do governo dos Estados Unidos, a partir de amanhã (1º), também ficou no radar.
O shutdown, caso aconteça, também pode atrasar a divulgação dos dados cruciais sobre empregos, como o payroll — previsto para a próxima sexta-feira (3).
Em meio à incerteza sobre a divulgação do relatório oficial do mercado de trabalho, o mercado reagiu a novos dados. De acordo com o relatório Jolts, divulgado pelo Departamento do Trabalho dos EUA, as vagas de emprego em aberto aumentaram marginalmente em agosto, enquanto as contratações diminuíram.
Os postos de trabalho em aberto, uma medida da demanda de mão de obra, aumentaram em 19.000, chegando a 7,227 milhões no último dia de agosto. Os economistas consultados pela Reuters previam 7,185 milhões de empregos não preenchidos.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,18%, aos 46.397,89 pontos;
- S&P 500: +0,41%, aos 6.688,46 pontos;
- Nasdaq: +0,31%, aos 22.660,01 pontos.
No trimestre, o saldo foi positivo. O Dow Jones acumulou valorização de 5%, sendo o quinto avanço trimestral consecutivo. Já o índice S&P 500 subiu 7% entre julho e setembro e o Nasdaq acumulou ganhos de 11%.
Na Europa, os principais índices encerraram em alta com apoio do setor farmacêutico. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,48%, aos 558,18 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em queda como novos dados econômicos da China.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial chinês ficou em 49,8, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas do país, em comparação com as expectativas de 49,6, segundo uma pesquisa da Reuters. Embora ainda em contração, a leitura mais recente foi a mais forte desde março.
Já o PMI apurado pela S&P Global em parceria com a RatingDog mostrou que a atividade industrial da China subiu de 50,5 em agosto para 51,2 em setembro — acima das expectativas e marcando o maior nível desde maio.
Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 0,25%. O Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 0,87%.