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Ibovespa (IBOV) sobe aos 139 mil pontos de olho em impasse sobre IOF; 5 coisas para saber ao investir hoje (1º)

01 jul 2025, 10:11 - atualizado em 01 jul 2025, 10:21
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Ibovespa abre o pregão em alta de olho em impasse do IOF; 5 coisas para saber antes de investir nesta terça (1º) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Depois de encerrar o primeiro semestre com o melhor desempenho desde 2016, o Ibovespa (IBOV) dá início ao mês de julho com alta. O principal índice da bolsa brasileira subia 0,43%, aos 139.454,39 pontos, por volta de 10h10 (horário de Brasília).



O dólar à vista interrompeu a sequência de perdas com o monitoramento das negociações comerciais entre Estados Unidos com países parceiros, expectativa de declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e perspectiva de maior afrouxamento monetário na maior economia do mundo. O cenário fiscal brasileiro também pesa sobre o real.

No mesmo horário, o dólar à vista subia a R$ 5,4378 (+0,04%).

Day Trade: 

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta terça-feira (1º)

1 – Impasse do IOF

Os desdobramentos da disputa entre o Legislativo e o Executivo sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continuam a concentrar as atenções do mercado.

Nesta terça-feira (1º), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddaddisse que a decisão do governo será “técnica e jurídica” sobre a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do tributo sobre crédito para empresas, câmbio e previdência privada pelo Congresso.

A Advocacia-Geral da União (AGU) deve anunciar o resultado da análise jurídica sobre o tema. Na semana passada, Haddad chegou a afirmar que o governo estava avaliando ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF), mas que era necessário o aval da AGU.

O pronunciamento da AGU está previsto para 10h15 (horário de Brasília).

2- Cenário fiscal em foco

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo Lula está comprometido em não permitir que o país passe por uma crise fiscal, nesta terça-feira (1º).

Em evento do Citi, em São Paulo, Durigan disse que ele e Haddad gostariam de fazer o ajuste fiscal em um ritmo mais rápido, mas que é necessário reconhecer quando não há espaço político para avançar.

O secretário da Fazenda também afirmou que o governo sabe da necessidade de rever gastos, mas que também é necessário enfrentar o problema do lado das receitas — ainda que esta não é uma agenda popular.

Durigan acrescentou que, matematicamente, as mudanças no IOF propostas pelo governo, aliadas à revisão dos benefícios fiscais e às medidas previstas na medida provisória que, entre outras coisas, retira isenções de determinadas aplicações financeiras, garantem o cumprimento das metas fiscais em 2025 e 2026.

3 – Brasil e México

Segundo o jornal Financial Times, o Brasil e o México iniciaram conversas preliminares para aprofundar seu acordo comercial.

Os diplomatas dos dois países mantêm conversas informais desde que a presidente do México, Claudia Sheinbaum, assumiu o cargo em outubro para tentar definir os termos das negociações formais, de acordo com fontes ao jornal.

Os dois países já têm um acordo comercial, firmado no início dos anos 2000, que reduz ou isenta taxas de importação em cerca de 800 categorias de produtos.

O Financial Times ainda informou que o secretário de Comércio Exterior do Brasil deve viajar para a Cidade do México em agosto para analisar o assunto com mais detalhes, disse Sheinbaum no mês passado.

4 – “Beautiful Bill”

Nos Estados Unidos, o Senado continua as articulações para a votação do pacote orçamentário proposto pelo presidente Donald Trump, a “Beautiful Bill“.

Os republicanos da Casa elevaram os esforços para que a proposta seja aprovada ainda nesta terça-feira (1º). No fim de semana, os parlamentares apresentaram uma “nova” versão do projeto de lei de impostos e gastos, que acrescentará US$ 3,3 trilhões à dívida do país — cerca de US$ 800 bilhões a mais do que a versão aprovada pela Câmara dos Representantes no mês passado.

Segundo as estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o impacto do projeto de lei sobre a dívida federal deve ser de US$ 36,2 trilhões.

Em contrapartida, o bilionário Elon Musk voltou a criticar o projeto de Trump e prometeu “punir” os parlamentares que apoiarem a proposta.

Após semanas de silêncio depois de uma discussão com Trump sobre a lei, Musk voltou a comentar sobre a matéria no último sábado (28), enquanto o Senado analisava o pacote, chamando o texto de “completamente insano e destrutivo” em uma publicação na rede social X.

“E eles perderão as primárias no ano que vem, mesmo que seja a última coisa que eu faça na Terra”, disse Musk nesta segunda-feira (30).

5 – Inflação na Europa

A inflação da Zona do Euro subiu de 1,9% em maio para 2% em junho, em linha com as expectativas dos economistas consultados pela Reuters. A inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, manteve-se em 2,3%, também como a esperada pelo mercado.

A inflação agora está em linha com a meta do Banco Central Europeu (BCE). Com o resultado, os investidores esperam mais um corte nos juros pelo BCE, que levaria a taxa referencial para 1,75% e antecipam um período de manutenção dos juros — com uma janela aberta para novos aumentos apenas no final de 2026. Hoje, a taxa referencial da zona do euro está em 2,00% ao ano.

No último ano, o BCE reduziu as taxas de juros de suas máximas recordes em dois pontos percentuais e o debate se voltou para a necessidade de afrouxar ainda mais a política monetária para evitar que a inflação se torne muito baixa devido ao crescimento fraco. A “guerra” comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos também está no radar.

*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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