Ibovespa (IBOV) cai à espera de novas tarifas de Trump e ata do Fed; 5 coisas para saber antes de investir hoje (9)

Mesmo com o feriado estadual de São Paulo, a B3 não parou. Nesta quarta-feira (9), o Ibovespa (IBOV) inicia a sessão em queda. Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira caía 0,31%, aos 138.871,78 pontos.
O dólar à vista acelera alta ante o real à espera de novas tarifas de importação dos Estados Unidos. Desde o início da semana, o presidente Donald Trump enviou cartas a 14 países com novas taxas ‘recíprocas’ que variam de 25% a 40% e adiou a vigência das tarifas para 1º de agosto.
No mesmo horário, o dólar à vista subia a R$ 5,4611 (+0,28%).
O mercado doméstico também aguarda novas declarações do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. O cenário fiscal doméstico continua no radar.
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quarta-feira (9)
1- Tarifas de Trump sobre o Brics
Na tarde de ontem (8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou as ameaças tarifárias ao Brics — bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que tem Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos como membros desde o ano passado.
Segundo ele, o bloco econômico foi criado para desvalorizar o dólar e os produtos produzidos nos países do Brics serão taxados em 10% “muito em breve”.
Em resposta, o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva disse que os países que formam o Brics são soberanos e não aceitam intromissão.
2- Vem mais tarifa por aí
O presidente norte-americano, Donald Trump, também disse que anunciará algo relacionado ao comércio com pelo menos sete países nesta quarta-feira (9).
“Estaremos divulgando um mínimo de 7 países relacionados ao comércio, amanhã de manhã, com um número adicional de países sendo divulgado à tarde”, disse Trump no Truth Social, sem especificar se ele estaria anunciando acordos comerciais ou cartas tarifárias.
Desde o início da semana, Trump enviou cartas a 14 países, incluindo Japão e Coreia do Sul, com as “novas” taxas, que variam de 25% a 40% sobre os produtos a serem importados nos EUA.
Ele ainda adiou novamente a data em que as taxas “recíprocas” entrarão em vigor. Antes prevista para 9 de julho, as tarifas começaram a valer em 1º de agosto, “aumentando” o período de negociações entre os Estados Unidos e os países parceiros comerciais.
3 – As “receitas” das tarifas
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que o país recebeu cerca de US$ 100 bilhões em receitas tarifárias até agora neste ano, valor que pode chegar a US$ 300 bilhões até o final de 2025. As declarações foram feitas na última terça-feira durante uma reunião de gabinete da Casa Branca.
O Tesouro deve divulgar os resultados do orçamento de junho na próxima sexta-feira (11). Em 30 de junho, a arrecadação combinada de impostos alfandegários e especiais de consumo ultrapassou US$ 122 bilhões no ano fiscal até o momento, de acordo com o Relatório Diário do Tesouro.
4 – Ata do Fed
A ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) será divulgada na tarde de hoje (9), às 15 horas (horário de Brasília).
Na última decisão, o Fed manteve os juros inalterados pela quarta vez consecutiva na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Nas declarações mais recentes, o presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, afirmou que o Fed provavelmente já teria cortado as taxas de juros se não fossem as tarifas de Trump. Ele também tem reforçado que qualquer movimento futuro depende dos dados.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, as apostas majoritárias são de mais uma manutenção dos juros no final deste mês — próxima reunião do Fomc acontece entre os dias 29 e de 30 de julho. Hoje, a probabilidade é de 95,3% de o Fed manter as taxas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Ontem, a chance era de 93,8%.
O mercado segue apostando na retomada de afrouxamento monetário em setembro, com aposta de até 50 pontos-base até dezembro.
5 – Fim das restrições
A África do Sul e Cingapura retiraram as restrições de exportação à carne de aves brasileiras impostas após o registro de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul em maio, informou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta terça-feira (8).
Os países se somam a outros 23 que não possuem restrição de exportação, incluindo Argentina, Cuba, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Índia, Mauritânia e Uruguai — que retiraram as restrições à carne de aves do Brasil na semana passada.
Em junho, o Brasil se declarou livre do vírus da gripe aviária após nenhum novo surto da doença ter sido detectado em granjas comerciais de aves desde o primeiro caso detectado no mês anterior.
*Com informações de Reuters