Ibovespa engata maior sequência de ganhos desde 1997 à espera de Petrobras (PETR4); dólar cai
O Ibovespa (IBOV) engatou a sua 12º alta consecutiva — na sequência mais longa desde 1997 — e o seu nono recorde seguido com balanços corporativos, na contramão da retomada da aversão a risco externa.
Nesta quinta-feira (6), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações em novo recorde nominal com leve alta de 0,03%, aos 153.338,63 pontos. O recorde anterior era da sessão anterior, quando encerrou o dia aos 153.294,44 pontos.
Esse é o 22º recorde do Ibovespa em 2025.
O índice também renovou o recorde intradia ao superar os 154 mil pontos pela primeira vez. Pela manhã, o Ibovespa atingiu os 154.352,25 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3489, com queda de 0,23%.
No cenário doméstico, os investidores repercutiram a manutenção dos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15,00% ao ano, no maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006.
Essa foi a terceira manutenção consecutiva e em linha com o esperado pelo mercado. A decisão do colegiado foi unânime.
Os diretores do Banco Central também sinalizaram que a política monetária deve seguir em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.
O mercado também reagiu a dados econômicos. Entre eles, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,964 bilhões em outubro, uma alta de 70,2% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado, com exportação recorde para o mês e um recuo nas importações, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O saldo comercial de outubro veio acima de expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam superávit de US$ 6,2 bilhões para o mês.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Rede D’Or (RDOR3) lideraram os ganhos desde o início do pregão desta quinta-feira (6), em reação ao balanço do terceiro trimestre (3T25).
Entre os pesos-pesados, os bancos operaram em tom misto. Petrobras (PETR4;PETR3) subiu e impulsionou o Ibovespa, na expectativa pelos números do 3T25, a serem divulgados ainda hoje.
Já Vale (VALE3) realizou os ganhos da véspera e fechou em leve queda, na contramão do desempenho positivo do minério de ferro na China.
Já a ponta negativa foi liderada por Minerva Foods (BEEF3), com os investidores também digerindo o balanço trimestral. Vale lembrar que a ação acumulava uma alta de quase 10% nos últimos 30 dias, dadas as perspectivas positivas do mercado com os resultados.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão em queda. O prolongamento da paralisação (shutdown) da máquina pública e a retomada da cautela sobre o setor de inteligência artificial.
A mais longa paralisação do governo dos EUA na história tem deixado investidores e o Federal Reserve (Fed) às cegas antes da próxima decisão sobre a taxa de juros e dependentes de indicadores mistos do setor privado.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: -0,84%, aos 46.913,22 pontos;
- S&P 500: -1,12%, aos 6.720,36 pontos;
- Nasdaq: -1,90%, aos 23.053,99 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam em queda, com balanços e dados econômicos. Entre eles, as vendas no varejo da zona do euro caíram inesperadamente em setembro, desafiando expectativas de uma recuperação liderada pelo consumo. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou com recuo de 0,70%, aos 567,90 pontos.
Na Ásia, os índices encerraram em tom positivo. O índice Nikkei, do Japão, subiu 1,34%, aos 50.883,68 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 2,12%, aos 26.485,90 pontos.