Ibovespa recua com incerteza fiscal e volta a se aproximar dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,35

(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

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O Ibovespa (IBOV) teve mais um dia negativo com a incerteza sobre a aprovação da MP da Taxação, alternativa às mudanças do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas pelo governo no primeiro semestre deste ano. A crise política na França e a paralisação dos Estados Unidos seguiram no radar.

Nesta terça-feira (7), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 1,57%, aos 141.356,43 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3501, com alta de 0,74%. 

No cenário doméstico, a Medida Provisória (MP) 1.303, alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), concentrou as atenções.

A matéria ainda precisa passar pelo crivo do Congresso — sendo sujeita a uma comissão mista conjunta das Casas, plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A validade da proposta é amanhã (8).

Perto do fechamento, o parecer do relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), trouxe ajustes, com detalhamento de um programa de cobranças retroativas das empresas de apostas esportivas (bets). Na versão anterior, o texto retirava o aumento da alíquota das contribuições sobre a receita bruta das bets.

Em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o programa das bets será uma taxação de 30% sobre os valores repatriados e a previsão de arrecadação é de R$ 5 bilhões em três anos. Ao todo, a MP prevê arrecadação de mais de R$ 17 bilhões em 2026.

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As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e de Crédito Imobiliário (LCI), das Letras de Crédito de Desenvolvimento (LCD), Letras Hipotecárias (LH) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) seguiram isentas de Imposto de Renda e foram mantidas, segundo o mais recente parecer.

Além disso, o chefe da pasta econômica disse, pela manhã, que a proposta de tarifa zero no transporte público vai fazer parte da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da MRV&Co (MRVE3) lideraram as perdas do índice com queda de mais de 12%. 

O movimento ocorreu após a companhia divulgar sua prévia operacional do terceiro trimestre (3T25) com queda nas operações.

De acordo com o documento, os lançamentos somaram R$ 2,35 bilhões entre julho e setembro, recuo de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024.

Já as vendas líquidas foram de R$ 2,4 bilhões no 3T25, diminuição de 0,5% em comparação com igual intervalo do ano anterior.

A ponta positiva do Ibovespa foi encabeçada por Minerva Foods (BEEF3). Com a escalada da aversão a risco local, apenas oito ações terminaram o dia em tom positivo.

Entre os pesos-pesados, os bancos caíram em bloco pela segunda sessão consecutiva. Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou a breve recuperação do petróleo. Vale (VALE3) caiu mais de 1% sem a referência do minério de ferro na China, por feriado, devolvendo os ganhos recentes.

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Exterior 

Os índices de Wall Street encerraram a sessão em queda  com o mercado atento ao shutdown e o recuo das ações da Oracle.

Até agora, o presidente norte-americano, Donald Trump, determinou o congelamento de US$ 26 bilhões para Estados com tendência democrata, cumprindo a ameaça de usar a paralisação para atingir as prioridades democratas.

Ainda não há perspectiva de acordo entre republicanos e democratas para um financiamento da máquina pública.

No cenário corporativo, as ações da Oracle (ORCL) caíram mais de 3% após o The Information noticiar que a empresa de software está gerando margens muito menores em seus negócios de nuvem do que os analistas estimam atualmente e que está perdendo dinheiro em alguns de seus negócios de aluguel de chips da Nvidia.

Com a reportagem, o índice Nasdaq, que reúne as principais empresas de tecnologia, atingiu a mínima intradia.

Confira o fechamento dos índices:

• Dow Jones: -0,20%, aos 46.602,98 pontos;
• S&P 500: -0,38%, aos 6.714,59 pontos;
• Nasdaq: -0,67%, aos 22.788,36 pontos. 

Na Europa, os mercados terminaram o dia próximos da estabilidade com a crise política na França em foco. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 0,17%, aos 569,27 pontos.

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Na Ásia, os índices fecharam o pregão em alta com negociações na China suspensas por feriado local. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, fechou em nível recorde pela segunda sessão consecutiva, aos 47.950,88 pontos (+0,01%).

O movimento de ganhos ainda é uma reação à eleição de Sanae Takaichi como sua nova líder do Partido Liberal Democrata. Ela pode se tornar a primeira mulher primeira-ministra do país.