Ibovespa engata novo recorde e fecha aos 154 mil pontos pela 1ª vez com patrocínio de Petrobras (PETR4); dólar cai
O Ibovespa (IBOV) engatou a sua 13º alta consecutiva — a série de ganhos mais longa desde 1994 — e o seu décimo recorde seguido com balanços corporativos, driblando, mais uma vez, a aversão ao risco do exterior. Por aqui, a força impulsionadora foi Petrobras (PETR4;PETR3).
Nesta sexta-feira (7), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações em novo recorde nominal com alta de 0,47%, aos 154.063,53 pontos. O recorde anterior era da sessão anterior, quando encerrou o dia aos 153.338,63 pontos. Esse é o 25º recorde do Ibovespa em 2025.
Na semana, o índice acumulou valorização de 3,02%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3357, com queda de 0,25%. Na semana, a divisa recuou 0,83% ante o real.
No cenário doméstico, os investidores concentraram as atenções na COP30. Durante uma sessão especial sobre transição energética na cúpula de líderes do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo vai criar um fundo com recursos de exploração de petróleo para financiar a adaptação ao impacto das mudanças climáticas.
Na questão política, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar o recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro que contestava sua condenação por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
O mercado também reagiu a dados. Em destaque, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,03% em outubro, ante elevação de 0,36% no mês anterior, em uma queda menor do que a expectativa de agentes do mercado apurada em pesquisa Reuters.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), as ações da Petrobras (PETR4;PETR3) subiram mais de 3% e figuraram como as mais negociadas da B3 em reação ao balanço do terceiro trimestre (3T25).
A estatal registrou lucro líquido de US$ 6,03 bilhões entre julho e setembro, alta de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro cresceu apesar de um recuo de 13,9% nos preços do petróleo, em relação ao terceiro trimestre de 2024.
Além da divulgação do balanço, a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos intercalares no valor total de R$ 12,16 bilhões, o equivalente a R$ 0,94 por ação ordinária e preferencial.
Apesar da forte alta, a ponta positiva foi liderada por MBRF (MBRF3) após a China liberar a importação de carne de frango do Brasil.
Já a ponta negativa foi encabeçada por Cogna (COGN3). A queda das ações deve-se, em parte, a realização dos fortes ganhos recentes e após os resultados do 3T25, que vieram ligeiramente acima das expectativas. COGN3 é o papel com melhor desempenho no Ibovespa no acumulado do ano, com valorização de mais de 230% desde janeiro.
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Exterior
Os índices de Wall Street encerraram a sessão sem direção única. O prolongamento da paralisação (shutdown) da máquina pública e a retomada da cautela sobre o setor de inteligência artificial.
A mais longa paralisação do governo dos EUA na história tem deixado investidores e o Federal Reserve (Fed) às cegas antes da próxima decisão sobre a taxa de juros e dependentes de indicadores mistos do setor privado.
Pelo segundo mês consecutivo, o relatório oficial de empregos — o payroll — não foi divulgado. Mas outros dados dividiram as atenções. Entre eles, a confiança do consumidor norte-americano caiu ao nível mais baixo em quase três anos e meio no início de novembro.
O índice de Confiança do Consumidor, elaborado pela Universidade de Michigan, caiu para 50,3 este mês, o nível mais baixo desde junho de 2022, de uma leitura final de 53,6 em outubro. Os economistas consultados pela Reuters previam que o índice cairia a 53,2.
Os investidores também seguiram mais aversos ao setor de tecnologia, após resultados aquém do esperado e anúncio de demissões. “A rápida concentração de investimentos em empresas de inteligência artificial (IA) criou uma vulnerabilidade latente: qualquer sinal de desaceleração nos lucros, cortes de pessoal ou deterioração dos indicadores econômicos amplificou as correções”, afirmo Ricardo Trevisan, CEO da Gravus Capital.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,16%, aos 46.987,10 pontos;
- S&P 500: +0,13%, aos 6.728,80 pontos;
- Nasdaq: -0,22%, aos 23.004,53 pontos.
Na Europa, os mercados fecharam em queda, com balanços e temor sobre IA nos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou com recuo de 0,55%, aos 564,79 pontos.
Na Ásia, os índices encerraram também em tom negativo. O índice Nikkei, do Japão, caiu 1,19%, aos 50.276,37 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,92%, aos 26.241,83 pontos.