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Ibovespa salta mais de 2% e renova máxima intradia com Copom e Bradesco (BBDC4); dólar cai a R$ 5,66 após acordo EUA-Reino Unido

08 maio 2025, 17:21 - atualizado em 08 maio 2025, 17:25
Ibovespa-alta
Ibovespa saltou mais de 3 mil pontos durante a sessão e fechou próximo da máxima histórica com reação ao Copom e balanço do Bradesco (Imagem: iStock.com/erhui1979)

O Ibovespa (IBOV) ganhou mais de 3 mil pontos, com direito a renovação de recorde, impulsionado pelas ações de bancos e pelo aumento do apetite ao risco no exterior após anúncio de acordos comerciais pelos Estados Unidos.

Nesta quinta-feira (8), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 136.231,90 pontos, com avanço de 2,12%. Durante a sessão, o Ibovespa renovou a máxima histórica intradia aos 137.634,57 pontos — o recorde anterior foi registrado em 28 de agosto, 137.469,26 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6613, com queda de 1,46% sobre o real. 

No cenário doméstico, os investidores repercutiram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), de forma unânimeCom o novo ajuste, a taxa básica de juros subiu de 14,25% para 14,75% ao ano, no maior nível em quase 20 anos. 

As atenções também se dividiram entre a repercussão dos balanços corporativos.

Altas e quedas no Ibovespa 

As ações do Bradesco (BBDC4) subiram mais de 15% em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25). O banco reportou lucro recorrente de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — uma alta de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. O número ficou acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 5,3 bilhões no período e animou os investidores.

A ponta positiva, porém, foi liderada por Azzas 2154 (AZZA3) com alta de mais de 20%, também em reação aos resultados trimestrais. A companhia teve lucro líquido recorrente de R$ 117,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 15,6% na comparação anual. O desempenho veio acima do esperado pelo mercado.

Do outro lado, Minerva Foods (BEEF3) foi a ação com pior desempenho do Ibovespa hoje.

Na avaliação do balanço do 1T25, os analistas do Santander destacaram que os volumes fracos expõem desafios operacionais para a companhia. A Minerva embarcou 210 mil toneladas de carne bovina do Brasil no 1T25, número 10% abaixo da projeção do banco e quase 20% abaixo do consenso de mercado.

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) acompanhou a valorização do petróleo e encerrou com alta de mais de 1%. Já Vale (VALE3) acompanhou o tom negativo do minério de ferro.

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Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street também operam em alta nesta quinta-feira (8), dia seguinte à decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

Ontem (7), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu manter os juros de referência dos Estados Unidos (EUA) inalterados na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano.

Após a decisão, o presidente do FedJerome Powell, afirmou que o plano tarifário imposto pelo presidente Donald Trump elevou as incertezas sobre o desempenho da maior economia do mundo, mas os efeitos ainda não foram sentidos.

Já nesta quinta-feira (8), Trump anunciou que um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido foi fechado. O país norte-americano também deve “costurar” um acordo com a China no fim de semana.

Entre os dados econômicos, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 13.000, para 228.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 3 de maio, segundo dados do Departamento do Trabalho do país. Os economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,58%, aos 5.663,34 pontos; 
  • Dow Jones: +0,62%, aos 41.368,45 pontos;
  • Nasdaq: +1,07%, aos 17.928,14 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.