Ibovespa cede à pressão de Petrobras (PETR4) e eleições de 2026 e fecha em queda; dólar sobe a R$ 5,43

Depois de quatro altas consecutivas, o Ibovespa (IBOV) realizou parte dos ganhos recentes pressionado pelo tombo de Petrobras (PETR3; PETR4) após o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25).
Nesta sexta-feira (8), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com baixa de 0,45%, aos 135.913,25 pontos. No acumulado da semana, o Ibovespa teve valorização de 2,62%
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4361, com alta de 0,25%. Na semana, a divisa acumulou queda de 1,97% ante o real.
No cenário doméstico, o cenário eleitoral de 2026 começou a disputar as atenções dos investidores.
Segundo fontes à Bloomberg, o ex-presidente Jair Bolsonaro está cada vez menos propenso a apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato à presidência nas eleições do próximo ano.
Ainda de acordo com a agência de notícias, Bolsonaro estaria mais inclinado a manifestar seu apoio a um membro de sua família. O mercado, porém, tem preferência pela candidatura de Tarcísio.
As declarações de dirigentes do Banco Central (BC) também movimentaram a sessão. O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, afirmou que a taxa de juros permanecerá em patamar restritivo por “período bastante prolongado” a fim de trazer a inflação de volta à meta, reiterando a comunicação recente da autarquia.
Na questão tarifária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo vai tomar medidas para garantir que os exportadores não sofram prejuízos com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.
Ontem (7), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que o plano de contingência para apoiar empresas e setores afetados pelo tarifaço será anunciado até a próxima terça-feira (12).
Altas e quedas no Ibovespa
No pregão marcado por reações aos balanços corporativos do segundo trimestre (2T25), Petrobras (PETR3; PETR4), um dos pesos-pesados do Ibovespa, foi o destaque.
As ações da estatal caíram mais de 7% após o diretor executivo financeiro (CFO) e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, afirmar que há “baixa probabilidade” de pagamento de dividendos extraordinários em 2025, em teleconferência de resultados com investidores e analistas.
A ponta negativa do Ibovespa, porém, foi liderada por Rumo (RAIL3), mesmo após reverter o prejuízo em lucro líquido entre abril e junho. Os analistas, em média, avaliaram o balanço como “neutro” e destacaram a queda anual de 2% das tarifas consolidadas.
Já Braskem (BRKM5) figurou como a ação com melhor desempenho do pregão. Os papéis reagiram à confirmação de que a petroquímica está conversando com a Unipar para venda de ativos. As companhias já celebraram um acordo de confidencialidade, mas ainda não há definição sobre os ativos ou as participações societárias que poderão fazer parte de uma potencial transação.
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Na semana, RD Saúde (RADL3) foi a ação com melhor desempenho com alta de quase 30%, enquanto GPA (PCAR3) registrou a maior baixa, de cerca de 11%, no acumulado dos últimos cinco pregões.
Os índices de Wall Street encerraram em forte alta com balanços e novos desdobramentos da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em publicação na rede Truth, Trump afirmou as tarifas ‘recíprocas’ estão tendo um “enorme impacto positivo” no mercado de ações e que centenas de trilhões de dólares “estão entrando nos cofres” do país.
Ele disse que uma decisão de bloqueio à política tarifária seria tardia e poderia causar uma grave crise econômica. “Se um Tribunal da Esquerda Radical decidisse contra nós neste momento tardio, numa tentativa de derrubar ou perturbar a maior quantidade de dinheiro, criação de riqueza e influência que os EUA já viram, seria impossível recuperar ou pagar essas enormes somas de dinheiro e honra.”
“Seria 1929 novamente, uma GRANDE DEPRESSÃO”, acrescentou.
Os investidores também reagiram a possível tarifa sobre as barras de ouro de um quilo. Em uma “carta de decisão” datada de 31 de julho, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA afirma que barras de ouro de um quilo e de 100 onças-troy devem ser classificadas sob um código alfandegário sujeito a tarifas. O documento foi acessado pelo Financial Times.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,47%, aos 44.175,61 pontos;
- S&P 500: +0,78%, aos 6.389,45 pontos;
- Nasdaq: +0,98%, aos 21.450,02 pontos — no maior nível nominal histórico.
Na Ásia, os índices encerraram majoritariamente em queda. Entre os principais, o Nikkei, do Japão, subiu 1,85%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,89%. Os índices da Coreia do Sul e de Singapura também fecharam em queda próxima a 1%.
Na Europa, os mercados fecharam sem direção única. O Stoxx 600 subiu 0,19%, aos 547,08 pontos e acumulou alta de 2,2% na semana — o maior ganho semanal nos últimos três meses.