Mercados

Ibovespa tem leve alta com Itaú (ITUB4) e sobe mais de 1% na semana; dólar cai a R$ 5,65

09 maio 2025, 17:26 - atualizado em 09 maio 2025, 17:36
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Ibovespa fechou em nova alta, estendendo os ganhos da véspera, com desaceleração do IPCA na base mensal e expectativa de acordo EUA-China (Imagem: MariuszBlach/Getty Images)

Depois de renovar recorde na sessão anterior, o Ibovespa (IBOV) estendeu os ganhos apoiado, mais uma vez, pelos resultados corporativos. A expectativa de acordo comercial entre os Estados Unidos e a China concentrou as atenções no exterior, em meio a incertezas quanto às tarifas.

Nesta sexta-feira (9), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 136.511,88 pontos, com avanço de 0,21%. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 1,02%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6548, com leve queda de 0,11% sobre o real e encerrou a semana estável. 

No cenário doméstico, os balanços corporativos dividiram a atenção com novos indicadores econômicos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAsubiu 0,43% em abril, indicando uma desaceleração em relação à alta de 0,56% apurada em março. Agora, a inflação acumulada é de 2,48% no ano e de 5,53% em 12 meses.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a inflação encerrará 2025 em um patamar inferior ao previsto pelo mercado, durante evento na B3 nesta sexta-feira (9). No último Relatório Focus, os analistas consultados pelo Banco Central estimaram o IPCA a 5,53% neste ano.

Altas e quedas no Ibovespa 

As ações da Porto (PSSA3), antiga Porto Seguro, ganharam fôlego na reta final do pregão e encerraram o dia como a maior alta do Ibovespa. Os papéis subiram mais de 6% em reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25). A seguradora registrou um lucro líquido recorrente de R$ 832 milhões, um crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mas o destaque da sessão foi o balanço de Itaú (ITUB4), que registrou lucro recorrente gerencial de R$ 11,1 bilhões no 1T25, alta de 14% na comparação anual. A cifra ficou dentro da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 11 bilhões.

Na avaliação do BTG Pactual, o banco superou as projeções mesmo com as expectativas já elevadas. “A razão custo/receita no Brasil alcançou 36%, o melhor nível já registrado, o que — combinado a todos os fatores — nos leva a concluir que o banco está em seu melhor momento… realmente o melhor do setor”, escreveram os analistas em relatório.

Já a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Azul (AZUL4). A ação fechou o dia com queda de quase 12% na esteira do tombo de mais de 22% dos papéis da Gol (GOLL4) — após o anúncio de que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração. O conselho já tinha aprovado o aumento de capital no valor de R$ 2,9 milhões, no início de abril. 

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) acompanhou a valorização do petróleo e encerrou com alta. Vale (VALE3) também subiu na expectativa de acordo comercial entre os Estados Unidos e a China.

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Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street operaram voláteis, com os investidores na expectativa por novos acordos comerciais. Neste final de semana, o representante comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), Jamieson Greer, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se reúnem com representante econômico da China, He Lifeng, na Suíça.

Hoje (9), Trump disse que “uma tarifa de 80% sobre a China parece correta”, em publicação na rede Truth Social — antes das negociações esperadas pelo mercado, o que elevou o grau de incerteza entre os agentes financeiros. Embora isso represente um alívio em relação à tarifa atual de 145% sobre a China, ainda é acima do consenso do mercado.

Além disso, a tensão entre as duas maiores economias do mundo ganhou novo capítulo com declarações firmes de Pequim contra as chamadas tarifas recíprocas impostas por Washington.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,07%, aos 5.659,91 pontos; 
  • Dow Jones: -0,29%, aos 41.249,38 pontos;
  • Nasdaq: 0,00%, aos 17.928,92 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.