Mercados

Ibovespa recua com exterior ainda negativo e receio de novo “março de 2020”

29 out 2020, 11:35 - atualizado em 29 out 2020, 11:35
Ibovespa Mercados queda
Na véspera, o principal índice da bolsa brasileira teve a maior perda diária percentual desde abril (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

A bolsa paulista mostrava certa fraqueza na abertura desta quinta-feira, após fortes perdas na véspera, com uma bateria de resultados corporativos sob os holofotes, incluindo os números de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3PETR4), enquanto o cenário externo ainda sugere cautela com o avanço do coronavírus.

Às 11:35 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,54%, a 94.852,01 pontos.

Investidores também repercutem decisão do Banco Central de manter na quarta-feira a Selic em 2% ao ano, conforme ampla expectativa do mercado, bem como mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.

O Ibovespa fechou queda de 4,22%, a 95.399,45 pontos, na véspera, a maior perda diária percentual desde abril, devolvendo boa parte dos ganhos de outubro, em meio a temores de que o crescimento de casos de Covid-19 no mundo resulte em novos “lockdowns”, e, assim, complique a recuperação das economias.

Até a quarta-feira, o índice acumulava alta de 0,81% em outubro, agora passou mostrar variação positiva de 0,05%.

Em Wall Street, o S&P 500 ensaiava melhora, com dados um pouco melhores do que o esperado sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e balanços de tecnologia. Na Europa, porém, o clima persistia negativo, com o londrino FTSE 100 recuando 0,7%, enquanto o petróleo Brent caía 5,7%.

Paris França Turismo Europa
Aumento de casos de Covid-19 na Europa preocupa (Imagem: Reuters/Charles Platiau)

Na visão do estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, a explosão de casos de coronavírus na Europa nos últimos dias acabou levando diversos países a adotarem medidas mais agressivas de distanciamento social e fechamento econômico mais amplo, gerando maior volatilidade e correção dos mercados.

“Esperamos um curto-prazo de maior volatilidade e incerteza. Por alguns momentos, podemos ter a sensação de que voltamos no tempo e poderemos viver um novo ‘março de 2020′”, afirmou. “Ainda estamos distante da normalidade e de uma clara recuperação mais vigorosa em todas as regiões do mundo.”

Investidores também avaliavam decisão do Banco Central de manter na quarta-feira a Selic em 2% ao ano, conforme ampla expectativa do mercado, bem como mensagem de orientação futura e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.

Destaques

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) caíam 5,04% e 5,73%, respectivamente, com o setor, um dos mais afetados pela pandemia, sofrendo com as preocupações sobre potenciais reflexos do aumento de casos de Covid-19 no mundo. No mesmo contexto, CVC Brasil (CVCB3) operava em baixa de 4,46%.

Petrobras (PETR4) recuava 3,43% e Petrobras (PETR3) perdia 3,33%, em meio a novo tombo do petróleo no exterior. Na véspera, a petrolífera divulgou prejuízo líquido de 1,5 bilhão de reais no terceiro trimestre, afetado por itens não recorrentes, como adesão a programa de anistia tributária. O resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado, por sua vez, subiu a 33,4 bilhões de reais.

Multiplan MULT3
Ações da Multiplan recuam, apesar de balanço positivo (Imagem: Facebook/Multiplan)

Multiplan (MULT3) recuava 2,26%, mesmo após forte alta do lucro no terceiro trimestre para 568,7 milhões de reais, que foi obtida sob a influência pontual da venda de um ativo, uma vez que as receitas seguiram sob pressão. No setor, Iguatemi (IGTA3) perdia 2,80% e BR Malls (BRML3) caía 2,55%.

Bradesco (BBDC4) recuava 3,05% após queda no lucro no período entre julho e setembro para 5 bilhões de reais, com o segundo maior banco privado do país elevando provisões em 67,5% ano a ano.

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