Antecipação de dividendos pode ser fator adicional para alta do Ibovespa, diz analista
No Giro do Mercado desta terça-feira (2), a apresentadora Paula Comassetto recebeu Luan Aral, trader e especialista em dólar da Genial Investimentos, que destacou a expectativa de redução da taxa Selic, em contraste com as recentes declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Ele acrescentou que a antecipação de dividendos — motivada pela tributação de 10% anunciada para 2026 — também ajuda a explicar o maior otimismo na Bolsa. “Essa enxurrada de compras de ações para garantir dividendos antecipados pode ser um fator adicional para a alta do mercado”, disse.
Hoje o Ibovespa (IBOV) ultrapassou os 160 mil pontos pela primeira vez na história.
O Giro do Mercado ainda destacou a Vale (VALE3), que divulgou um novo guidance, e as altas de Vamos (VAMO3), que subia 6%, C&A (CEAB3), avanço de 4%, e Localiza (RENT3) e Grupo Ultra (UGPA3), com mais de 3%.
Hoje, a Petrobras (PETR4) realizou um evento para anunciar a ampliação da capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), dobrando a produção de 130 mil barris por dia, para 260 mil.
Apesar da novidade, Aral chamou a atenção para o desempenho da ação da Petrobra no acumulado do ano: baixa de 6%. “Entre os principais papéis do Ibovespa (IBOV), é a única que permanece no campo negativo”, afirmou.
O analista ainda destacou a ação da Sabesp (SBSP3), que chegou a ser a ação mais negociada do Ibovespa (IBOV) hoje. “Isso acontece porque ela fez um reajuste na tarifa, então tem perspectiva de melhora no lucro”, afirmou.
O Giro do Mercado ainda analisou a cotação atual do dólar, que estava a cerca de R$ 5,30. Aral explicou que a tensão entre governo, Senado e Câmara justificam esse desempenho.
“O dólar a patamares entre R$ 5,30 e R$ 5,50 é absolutamente justo para este final de ano, mesmo com o envio de remessa para o exterior, porque o Banco Central também tem atuado para dar liquidez, então está tudo dentro do esperado”.
Nas próximas semanas ainda serão divulgados alguns indicadores econômicos que devem movimentar o mercado no cenário internacional, disse.
“É praticamente unânime que o Federal Reserve (Fed), vá cortar a taxa de juros, o que faz a diferença de juros ficar mais atraente para o Brasil”, analisou Aral.