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Ibovespa aos 170 mil pontos: XP atualiza projeção de olho nas eleições e corte nos juros

02 out 2025, 12:03 - atualizado em 02 out 2025, 12:03
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(Imagem: Bigc Studio/ Canva Pro)

A sequência de recordes levou o Ibovespa (IBOV) a superar os 147 mil pontos pela primeira vez e acumular uma valorização de 3,4% em setembro. Para a XP, o principal índice da bolsa brasileira deve manter o ritmo de ganhos à frente. 

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Isso porque o tom positivo tem sido patrocinado pelo cenário internacional, na avaliação da corretora. 

No mês passado, a retomada de ciclo de corte nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) impulsionou os mercados globais e emergentes, incluindo o Brasil. 

“Embora o debate com investidores siga concentrado no noticiário doméstico (cortes de juros à frente e o “trade eleitoral”), vemos os principais drivers da recente alta como majoritariamente globais”, escreveram os estrategistas Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueiredo e Lucas Rosa em relatório. 

Eles destacam que a valorização da bolsa brasileira é semelhante aos demais pares de janeiro até o momento. O Brasil acumula alta de 41% em dólares, enquanto o México tem avanço de 44%, o Chile, de 37%; a Colômbia, de 52%. A média de valorização dos mercados emergentes é de 29% no período. 

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De olho na potencial alta daqui para frente, os estrategistas da corretora elevaram o preço-alvo do Ibovespa e agora projetam o índice aos 170 mil pontos no final de 2026. A projeção anterior era de 150 mil pontos até dezembro deste ano.

Considerando o último fechamento de setembro, o novo preço-alvo da XP prevê um salto de mais de 16% nos próximos 15 meses

O que pode impulsionar o Ibovespa? 

Os estrategistas da XP chamam a atenção para os fluxos locais e o retorno dos investidores à bolsa brasileira no curto prazo. 

“Nos últimos anos, com a Selic voltando para 15%, os investidores locais migraram agressivamente da renda variável para renda fixa e crédito. Hoje, os brasileiros detêm mais de R$ 10 trilhões em ativos financeiros, mas apenas 6% alocados em ações contra 75% em renda fixa. À medida que os juros comecem a cair, vemos espaço para uma rotação relevante de volta para ações”, afirmou a equipe em relatório. 

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Esse retorno tem potencial, nas contas da XP, varia entre R$ 300 bilhões e R$ 600 bilhões, o equivalente à faixa de 14% a 26% do free float da Bolsa. 

“Desde 2017 (início da série disponível), a correlação entre fluxos domésticos para ações e a Selic tem sido fortemente negativo, indicando que os ciclos de afrouxamento coincidiram com entradas líquidas de investidores locais”, afirma o relatório. 

“Observando os últimos 20 anos, as alocações em fundos de ações aumentaram em 8 dos 10 períodos de queda da Selic, mostrando que a demanda doméstica por ações é altamente sensível ao nível de juros”, acrescenta a equipe. 

No cenário-base da corretora, o Banco Central deve começar o ciclo de corte na taxa básica de juros, a Selic, em janeiro de 2026.

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Por outro lado, o capital estrangeiro também deve continuar a impulsionar o Ibovespa, já que quando o Fed corta os juros, o Brasil tende a apresentar uma performance positiva. 

“Historicamente, quando o Fed inicia cortes, o MSCI Brasil [índice da bolsa brasileira em dólar] apresenta retornos de +2,8%, +19% e +39% em 1, 3 e 12 meses após o primeiro corte, respectivamente – embora a dispersão de resultados seja elevada. […] Os setores domésticos costumam liderar nesses períodos”, diz o relatório. 

O cenário eleitoral também é considerado um gatilho para o Ibovespa. “A proximidade das eleições de 2026 tende a trazer maior volatilidade e interesse em ações.”

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.